Acuado, Carlos Brito decide que vai entregar o cargo
Nas conversas informais, o secretário reconhece que fica difícil encarar um drama desse no comando de uma pasta que tem, entre tantas missões, a de combater a violência. Chora constantemente. No cargo há cinco meses, Brito tem recebido solidariedade de uns, mas vem sendo atacado por outros, inclusive de forma agressiva e motivados por interesses político-eleitoral. Sua gestão também enfrenta resistência interna devido a série de mudanças impostas pela restruturação administrativa.
A estratégia de Brito agora é procurar uma saída honrosa. O secretário tem obtido respaldo do governador, com quem vem conversando por telefone. Ambos têm estreita relação de amizade. No primeiro mandato de Maggi, Brito foi secretário-chefe da Casa Civil.
O desejo do secretário é de colocar em funcionamento as bases comunitárias de Segurança Pública, com presença de um investigador da Polícia Civil atuando diretamente com a comunidade, de forma inédita. Pela proposta, será possível registrar nessas bases boletins de ocorrências, como pequenos furtos, perda ou extravio de documentos, desaparecimento de pessoas e outros serviços. Mas, como a crise e o desgaste de sua imagem vêm se agravando, principalmente pela repercussão do caso em todo país, Carlos Brito teme prejuízo ao governo Maggi e decidiu colocar o cargo à disposição, antes mesmo de concluir a implantação do seu projeto das bases comunitárias.
Apesar disso, o secretário não admite publicamente que tomou tal decisão. Ressalta apenas que vai conversar com o governador no sentido de encontrar alternativas para maior integração do governo e fazer com que as informações sobre os feitos da sua pasta cheguem à população, algo que, segundo ele, não está acontecendo hoje.
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