PMDB e PT aceitam ida de ministro à CPI
"Vejo uma postura construtiva [na oposição], querendo realmente encontrar a causa do problema", disse: "Todos nós queremos aprofundar as questões da crise e por isso a convocação de autoridades é importante. Agora, não podemos nos perder em questões laterais que não levam a nada".
O presidente Marcelo Castro, que defendeu a ida de Waldir Pires, é integrante da tropa governista da Câmara. Seu partido, o PMDB, que até o ano passado dividia-se entre oposição e governo, conseguiu formar um bloco de apoio ao segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), também não é contra a convocação do ministro Waldir Pires: "Não vejo problema algum em recebermos o ministro e tenho certeza que ele também não verá". Waldir Pires disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que colaborará com a comissão caso sua presença seja requisitada.
Pires saiu desgastado do motim dos controladores de vôo, no final de março, e quase deixou o Ministério da Defesa. O presidente Lula, porém, preferiu mantê-lo na pasta.
Requerimentos
Até ontem, 30 requerimentos já haviam sido entregues. Além da convocação de Pires, os deputados pedem acesso irrestrito a investigações feitas pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público e Polícia Federal, além de relatórios internos de órgãos estatais como Anac e Infraero. "Precisamos nos debruçar nos relatórios já existentes para saber o que falta de informações e esclarecer determinados pontos", diz Castro.
Os membros da CPI também pretendem ouvir, já no início dos trabalhos, o depoimento dos presidentes das principais companhias aéreas do país.
"Não podemos convocar os presidentes, o que podemos fazer é convidá-los",disse. "Realmente o melhor caminho é o de não utilizar o termo "convocação". Não podemos trabalhar com a imposição", complementou Marco Maia.
A oposição já encaminhou ao presidente e relator da CPI um plano de trabalho: "Os planos são muito parecidos ao já proposto no dia da instalação". O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) não descarta uma radicalização. "Nossa primeira opção é tentar seguir estes três momentos, mas se os governistas tentarem abafar as investigações, iremos radicalizar".
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