Tucanos contratam Antero para assessorar CPIs do Apagão
Paes de Barros já fez uma lista de assessores considerados essenciais para abrir a caixa preta da aviação no Brasil. A idéia é reunir parte da equipe da CPI do Banestado, presidida por ele entre 2003 e 2004, para apurar o envolvimento de autoridades federais e estaduais em um esquema de remessa ilegal superior a US$ 30 bilhões para o exterior.
O PSDB não quer fazer feio nas duas comissões criadas para apurar uma série de fatos considerados suspeitos pela oposição. O objeto das investigações incluiria os repetidos atrasos nos aeroportos, as condições de trabalho dos controladores de vôo, a compra da Varig pela Gol e licitações e contratos milionários assinados pela Infraero.
Os tucanos também querem se diferenciar da oposição barulhenta do Democratas, que pretende gastar toda a munição contra a gestão do deputado petista Carlos Wilson (PE), presidente da estatal entre 2003 e março de 2006.
No Senado, a tropa do PSDB é composta por Sérgio Guerra (PE) e Mário Couto (PA). Eles farão uma parceria com os democratas Antônio Carlos Magalhães (BA), José Agripino (RN) e Demóstenes Torres (GO). Senadores tucanos já pensam na dobradinha com a Câmara para minar as tentativas da base do governo em barrar requerimentos e diligências.
Espera-se que o senador Sérgio Guerra atue em parceria com o deputado federal Gustavo Fruet (PA), um dos três tucanos indicados para compor a CPI na Câmara. Monitorados por informações de Antero Paes de Barros, os dois funcionarão como o “cérebro” do PSDB nas comissões, encarregados de montar as estratégias de ataque. No Senado, Mário Couto será o “homem de impacto”, expressão usada por um tucano para definir a atuação do paraense. Vanderlei Macris (SP) e Zenaldo Coutinho (PA) cumpririam, na Câmara, esse papel de trazer a público as acusações mais contundentes.
Munição -- Antero Paes de Barros vai ditar o tom e a linha de trabalho dos tucanos nas duas CPIs. Suplentes na comissão no Senado, Tasso Jereissati (CE), presidente do PSDB, e Arthur Virgílio (AM), líder em exercício da legenda, também ficarão encarregados de municiar os titulares das CPIs com novos documentos e informações.
Os senadores instalam a comissão na segunda quinzena de maio, mas amanhã já começam as conversas para definir a estratégia e a linha de atuação na Casa. Também preparam o discurso contra eventuais críticas à escolha de Antero Paes de Barros como assessor especial da CPI do Apagão Aéreo.
Durante a CPI do Banestado, Paes de Barros foi acusado pela base aliada de envolvimento com o empresário João Arcanjo Ribeiro, o comendador Arcanjo, investigado pela CPI por evasão de divisas. Em defesa do ex-senador, tucanos vão argumentar que tudo foi uma armação.
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