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Politica Brasil
Quarta - 02 de Maio de 2007 às 13:53
Por: Adriana Harwig

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As alternativas de produção, estrutura e recursos para fortalecer e consolidar a agricultura familiar na região Sul do estado foram discutidas nesta terça-feira (1º), durante audiência pública em Rondonópolis, com o tema: “Políticas para Agricultura Familiar e Infra-estrutura para o Homem do Campo”.

A audiência foi requerida pelo deputado Zé Carlos do Pátio (PMDB) e contou com a presença de autoridades e representantes de órgãos e instituições ligadas ao setor rural. “A audiência foi satisfatória, pois tivemos avanços em áreas como implantação da rede de energia elétrica e liberação de créditos, mas precisamos nos concentrar em uma questão que é falta orçamento para investir na agricultura familiar, o que temos não é suficiente para atender a demanda. O superintendente do Incra ressaltou que temos apenas R$3,5 bilhões para investir na agricultura familiar, enquanto o agronegócio tem um orçamento de 37 bilhões ”, destacou Zé Carlos do Pátio.

Durante o evento, os trabalhadores rurais apontaram as dificuldades para se manter no campo, como a falta de infra-estrutura e apoio técnico. Conforme surgiam os problemas e dúvidas, representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Eletronorte, Banco do Brasil, Governo do Estado, entre outros, respondiam as questões. No local também havia uma equipe para redigir ofícios para que os agricultores pudessem protocolar junto aos órgãos presentes.

Valdir Correia, um dos coordenadores do Movimento dos trabalhadores Acampados e Assentados (MTA), relatou que falta assistência técnica por parte da Empresa de Pesquisa e Extensão Rural do Mato Grosso (Empaer) e do Incra para que os trabalhadores possam desenvolver a agricultura familiar e produzir o sustento da família. “Eles não ensinam, não oferecem nenhuma instruções para o plantio, para o desenvolvimento de uma produção sustentável e com resultado econômico aos produtores”, ressaltou.

O abastecimento de água esteve entre as reclamações do pequeno produtor rural, já que muitos precisam buscar água de longe, com a auxilio de baldes e tambores. Segundo o coordenador regional da Funasa, Evandro Vitório, em Mato Grosso existe uma demanda de aproximadamente dois mil poços artesianos na área rural. “Estamos em busca de uma parceria entre o Incra, governos Estadual e municipal para atender essas reivindicações e ampliar a quantidade de sistema de distribuição de água”, disse Vitório.

A falta de energia elétrica também foi citada pelos trabalhadores rurais como um dos fatores que dificultam o desenvolvimento da agricultura familiar e a permanência do homem no campo. Conforme a coordenadora Regional do programa “Luz para Todos”, Kelen Cristina Reis, o programa deve completar, até julho deste ano, cerca de 3 mil ligações na área rural da região Sul. Para o primeiro semestre, estão previstas 900 ligações. Segundo Kelen Cristina “todas as famílias devem ser atendidas com a implantação da rede de energia até 2008”. Com relações às solicitações protocoladas durante a audiência, a coordenadora explicou que os pedidos serão analisados pelas equipes da Eletronorte e da Rede Cemat.“Nós vamos receber essas demandas estudar a viabilidade técnica e financeira, e assim, definir uma data de implantação”, disse a coordenadora.

O gerente da agência central do Banco do Brasil em Rondonópolis, Reinoldo da Silveira, analisou durante a audiência 60 pedidos de liberação de linhas de crédito do Pronaf para os pequenos produtores rurais. Desses, foram liberados 15 financiamentos nas modalidades C e D, no valor de até R$18 mil reais cada, que serão aplicados na compra de maquinário, vaca leiteira, entre outras aquisições para melhorar a infra-estrutura das propriedades. “O restante provavelmente será liberado assim que recebermos toda documentação necessária”, destacou Silveira.

Para o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Dieter Metzner, a audiência foi extremamente positiva. “Acredito que uma iniciativa como essa, chamando os agricultores para que apresentem suas dificuldades as autoridades, em suas várias representações, fará com que se ache uma solução efetiva muito mais rápida para esses problemas”, concluiu.

De acordo com dados do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf- 60% dos alimentos básicos consumidos pela população brasileira, são produzidos em propriedades rurais de pequeno porte. A agricultura familiar é responsável por 67% da produção nacional de feijão, 31% de arroz, 84% da mandioca, 49% do milho, 52% do leite, 59% de suínos, 40% de aves e ovos e 25% do café.





Fonte: Assessoria de Gabinete

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