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Politica Brasil
Quarta - 02 de Maio de 2007 às 08:16

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No olho do furacão por causa de duas denúncias, Luiz Antônio Pagot chega a Brasília nesta quarta (2) para reiniciar as articulações no Senado pela aprovação do seu nome à direção-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Havia expectativa do secretário de Educação de Mato Grosso sair da sabatina do Senado, a ser realizada dentro de duas semanas, aprovado por unanimidade. Agora, Pagot corre risco até de ter o nome rejeitado, mesmo com aval do presidente Lula e dos Ministérios da Casa Civil e de Transportes, além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que levantou sua vida pregressa e assegura que a ficha está limpa.

Trator do governo Blairo Maggi, Pagot disse que solicitará do Senado um documento para provar que não descumpriu lei por ter atuado, de 1995 a 2002, em dois cargos ao mesmo (assessor do senador Jonas Pinheiro e diretor da Hermasa Navegação da Amazônia). O complicador é que a Lei 8.112, de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, "proíbe ao servidor participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada (...)". Também veda "exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho".

Luiz Pagot terá de explicar aos senadores durante a sabatina como fez para cumprir os dois expedientes, se a sede da Hermasa, do grupo do governador Blairo Maggi, está em Itacoatiara (AM), a 240 km de Manaus e a 3.490 km de Brasília. Nesse caso, ele disse que já está com a resposta pronta. Dirá que, como assessor no Senado, não havia necessidade de cumprir horário. Aí, a outro risco: de ser considerado fantasma.

Sobre a acusação de falsidade ideológica por ter omitido em seu currículo que foi encaminhado ao Senado a ocupação dos dois cargos, Pagot alega que nada fora proposital e que atendeu a uma orientação do próprio governo federal no sentido de elaborar citar as informações de forma "enxuta". Em relação a negócio com o ex-secretário Moacir Pires, de quem adquiriu um imóvel quase de graça, Pagot nega qualquer irregularidade.

Se passar pela sabatina, Luiz Pagot comandará um orçamento de R$ 12 bilhões, o dobro do montante controlado pelo governo de Mato Grosso.

Interesse eleitoral

Os senadores mato-grossenses Serys Marly (PT) e Jaime Campos (DEM) devem aprovar a indicação de Pagot, mas sem muito entusiasmo devido a interesse político-eleitoral. É que o principal articulador do governador Maggi tende a ganhar força política e vir a disputar o Palácio Paiaguás em 2010, o que contraria as mesmas pretensões dos dois parlamentares, principalmente de Jaime.





Fonte: RD News

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