Frigorífico de MT que aumentar exportação suína
O gerente do frigorífico mato-grossense "Excelência", Vasco Bedim, destacou o baixo percentual de consumo da carne suína no Brasil e as táticas adotadas pelo setor para estimular o consumo. "É uma questão cultural. No Brasil, falta informação por parte da população sobre a qualidade e os benefícios da carne suína. Quarenta e cinco por cento da carne consumida no mundo é suína, mas no Brasil essa porcentagem cai", destacou Vasco. Abrir o mercado interno, de acordo com ele, é o grande desafio dos produtores brasileiros. A preferência mundial pela carne suína só é exceção na América do Sul, principalmente no Brasil, onde a população prefere a carne bovina e, depois, a de frango. Enquanto que na Alemanha, por exemplo, o consumo de carne suína é de 76 quilos por pessoa ao ano, no Brasil é de cerca de 11 quilos (sendo que o da carne bovina é mais de 3 vezes maior, 36 quilos por pessoa ao ano). "Quem perde é o bolso do consumidor. A carne bovina custa quase o dobro que a suína que, seguramente, possui quase o mesmo teor de gordura, calorias e nutrientes", destacou o gerente da "Excelência".
Tal patamar na criação de suínos foi alcançado graças aos avanços de genética, nutrição e manejo com o animal. A qualidade da carne credenciou o frigorífico a exportar 70% de sua produção, tendo com principal cliente a Rússia, cujo mercado é fechado para todo o Brasil, exceto Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Os 30% restante da produção do "Excelência" é consumido no país, tendo São Paulo como maior cliente. Atualmente, o frigorífico "Excelência" abate 3 mil suínos por dia, o que representa cerca de 60 mil animais por mês. A meta, ressalta Vasco, é conquistar o mercado interno e chegar até o ano de 2010 com 8 mil abates por dia, gerando U$ 250 milhões ao ano.
Mas a qualidade da carne suína não está apenas no cuidado com o abate e beneficiamento dos cortes. O cuidado desde a reprodução dos suínos abatidos pela Excelência é o grande segredo. Mensalmente, dos 60 mil animais abatidos pelo Excelência, cerca de 12 mil são oriundos da granja Ideal Porc, de propriedade do Grupo Vanguarda do Brasil, do empresário e deputado estadual de Mato Grosso, Otaviano Pivetta. A Ideal Porc é uma granja considerada modelo e que fornece matrizes para várias partes do Brasil. Ela foi inaugurada em 2004 e é a primeira de Mato Grosso preocupada com o melhoramento genético do animal.
Para tanto, suas matrizes foram exportadas do Canadá, da empresa Geneticpork e, após um processo de reprodução, atualmente conta seis mil matrizes. Localizada na Fazenda Ribeiro do Céu, na região de Nova Mutum (MT), a granja tem um porte invejável e conta com rígido sistema de controle sanitário. "Começamos o nosso plantel com status sanitário muito bom. Isso nos livrou de doenças enzoóticas. Nossos animais são saudáveis e bem nutridos", observou o gerente da Ideal Porc, Olavo Pivetta. Segundo Olavo, a granja se preocupa com vários aspectos para obter a qualidade reconhecida, como o controle da alimentação, que é feita à base do milho integral e farelo de soja - produzido na própria fazenda - e nutrientes adequados, como fosfato e calcário.
Outro aspecto, e já mencionado, é a qualidade genética. "Por seguir uma linhagem genética de qualidade, nossos suínos não possuem alto teor de colesterol, por exemplo", explica o gerente da Ideal Porc. Outro diferencial da empresa é o ótimo status sanitário: há um controle rigoroso de utilização de medicamentos; a granja fica completamente isolada de outras criações e é dividida em sítios e por fase de evolução; um protocolo rigoroso de higiene não permite que qualquer pessoa tenha acesso aos sítios. "Para entrar na granja, os funcionários tomam banho e usam um uniforme específico todos os dias", exemplifica Olavo. Com informações da assessoria de imprensa da Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso.
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