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Politica Brasil
Quinta - 26 de Abril de 2007 às 22:47

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O acordo assinado hoje pelas estatais Petrobras e Enap poderá "equilibrar a participação do Brasil no mercado chileno", segundo avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso no Palácio de La Moneda, sede do governo chileno. Ao lado da presidente Michele Bachelet, Lula enfatizou que "a Petrobras e a Enap vão juntar forcas para buscar gás e dar mais segurança energética aos nossos países".

O acordo prevê a exploração, industrialização e comercialização de hidrocarbonetos por parte da Petrobras no Chile. Com isso, a Petrobras poderia ocupar o lugar deixado pela Argentina com suas idas e vindas nas ofertas de gás ao país andino, sempre pendentes do consumo doméstico argentino. Há dois anos que o Chile vem sofrendo severos cortes de gás da Argentina, por ordens do presidente Nestor Kirchner, cuja prioridade é atender a demanda doméstica, antes de exportar o produto.

Além deste, outros oito acordos foram assinados entre os presidentes Lula e Bachelet, nas áreas de turismo, ciência e tecnologia, proteção à mulher, saúde, segurança social, diplomacia e biocombustíveis.

Empresários

O presidente Lula afirmou hoje que os empresários brasileiros e chilenos "precisam se descobrir". Ele deu a declaração no Chile, ao destacar que os investimentos do Chile no Brasil são muito maiores do que o contrário. "Espero que, com o acordo entre a Petrobras e a Enap (estatal energética chilena), essa situação possa se equilibrar porque é gratificante ver nossas empresas fincarem suas bandeiras em outros países e contribuir para o seu crescimento."

Lula também defendeu a criação de um "centro de pensamento" entre Brasil e Chile para que, diariamente, possam ser pensadas estratégias de desenvolvimento, e "não apenas quando há crise". Em discurso em Santiago, capital chilena, o presidente brasileiro disse ainda considerar importante a criação de uma Universidade da América latina. Para ele, os países latino-americanos precisam aprender "a andar de cabeça erguida" e também o respeito, "porque se nos respeitamos, se nos valorizamos, certamente seremos respeitados".

A presidente chilena também fez um discurso em defesa da região e enfatizou que "nosso futuro será mais promissor se formos capazes de nos adaptar aos desafios juntos". Ela destacou que a amizade entre Brasil e Chile é antiga e está baseada em dois pilares: "somos dois países democráticos com profundo respeito aos direitos humanos e ao estado de direito e praticamos vigorosos programas sociais".

Bachelet classificou a visita de Lula ao Chile como um ato de "renovação dessa aliança", porque "vamos fazer muito mais pela integração". Bachelet renovou também o apoio chileno ao Brasil para ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. "O Chile apóia o Brasil para ocupar o assento permanente nas Nações Unidas", ressaltou. Ela também reivindicou a conclusão das negociações da rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).





Fonte: AE

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