Lula: acordo energético dará maior segurança ao Brasil
O acordo prevê a exploração, industrialização e comercialização de hidrocarbonetos por parte da Petrobras no Chile. Com isso, a Petrobras poderia ocupar o lugar deixado pela Argentina com suas idas e vindas nas ofertas de gás ao país andino, sempre pendentes do consumo doméstico argentino. Há dois anos que o Chile vem sofrendo severos cortes de gás da Argentina, por ordens do presidente Nestor Kirchner, cuja prioridade é atender a demanda doméstica, antes de exportar o produto.
Além deste, outros oito acordos foram assinados entre os presidentes Lula e Bachelet, nas áreas de turismo, ciência e tecnologia, proteção à mulher, saúde, segurança social, diplomacia e biocombustíveis.
Empresários
O presidente Lula afirmou hoje que os empresários brasileiros e chilenos "precisam se descobrir". Ele deu a declaração no Chile, ao destacar que os investimentos do Chile no Brasil são muito maiores do que o contrário. "Espero que, com o acordo entre a Petrobras e a Enap (estatal energética chilena), essa situação possa se equilibrar porque é gratificante ver nossas empresas fincarem suas bandeiras em outros países e contribuir para o seu crescimento."
Lula também defendeu a criação de um "centro de pensamento" entre Brasil e Chile para que, diariamente, possam ser pensadas estratégias de desenvolvimento, e "não apenas quando há crise". Em discurso em Santiago, capital chilena, o presidente brasileiro disse ainda considerar importante a criação de uma Universidade da América latina. Para ele, os países latino-americanos precisam aprender "a andar de cabeça erguida" e também o respeito, "porque se nos respeitamos, se nos valorizamos, certamente seremos respeitados".
A presidente chilena também fez um discurso em defesa da região e enfatizou que "nosso futuro será mais promissor se formos capazes de nos adaptar aos desafios juntos". Ela destacou que a amizade entre Brasil e Chile é antiga e está baseada em dois pilares: "somos dois países democráticos com profundo respeito aos direitos humanos e ao estado de direito e praticamos vigorosos programas sociais".
Bachelet classificou a visita de Lula ao Chile como um ato de "renovação dessa aliança", porque "vamos fazer muito mais pela integração". Bachelet renovou também o apoio chileno ao Brasil para ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. "O Chile apóia o Brasil para ocupar o assento permanente nas Nações Unidas", ressaltou. Ela também reivindicou a conclusão das negociações da rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
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