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Economia
Quarta - 25 de Abril de 2007 às 16:53

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O dólar comercial foi cotado a R$ 2,021 nos últimos negócios desta quarta-feira, em forte queda de 0,73%, apesar das intervenções repetidas do Banco Central no mercado de câmbio. Trata-se do declínio mais acentuado da taxa de câmbio desde 29 de novembro de 2006 e recoloca o preço da moeda americano em seus menores níveis desde 2001.

A taxa de risco-país, medido pelo índice Emb+ (calculado pelo banco JP Morgan), cai 1,33%, para 148 pontos.

O BC realizou por volta das 12h30 um leilão de swap reverso--de US$ 400 milhões-- que tem o efeito de uma compra de dólares no mercado futuro e tende a pressionar as taxas de câmbio. Por volta das 15h30, a autoridade monetária voltou a comprar, com seu habitual leilão de compra de dólares no mercado à vista. A taxa de câmbio oscilou entre a cotação máxima de R$ 2,033 e a mínima de R$ 2,019 nesta quarta-feira.

A autoridade monetária procurou aumentar a imprevisibilidade de suas intervenções no mercado, de forma a criar apreensão entre os participantes. Primeiro deixou de avisar com um dia de antecedência a realização dos leilões de "swap reverso" e ontem, avisou que deixaria de ligar para os "dealers" (bancos habilitados a operar com o BC) para notificar sobre a realização dessas operações. Segundo corretores, a nova estratégia teve o efeito limitado de sustentar a taxa de câmbio em torno dos R$ 2,04 por alguns dias.

"A queda de hoje mostrou que o problema não é avisar ou não avisar com antecedência [o leilão de swap reverso]. A questão é outra", afirma o economista e diretor da corretora NGO, Sidnei Nehme. "Há novos players no mercado e está todo mundo especulando com a queda do dólar", acrescenta. Segundo o economista, até mesmo exportadores e importadores estão jogando com a cotação da moeda para ganhar com a arbitragem entre o preço do dólar à vista e a cotação no mercado futuro.

Ele chama a atenção para os dados divulgados ontem, mostrando que o BC comprou US$ 21,912 bilhões no mercado de câmbio somente no primeiro trimestre. "O BC tem instrumentos muito frágeis para lidar com o mercado e a tendência continua de baixa", avalia.

Juros futuros

A principais contratos DI negociados na BM&F projetou taxas em queda. No contrato de janeiro de 2008, a taxa projetada passou de 11,61% para 11,57% ao ano. O contrato de janeiro de 2009 apontou taxa de 10,91% contra 11,01% na terça-feira. No contrato de janeiro de 2010, a taxa projetada caiu de 10,80% para 10,69%, de ontem para hoje.

Analistas chamaram a atenção para a desaceleração do IPCA-15, que é uma prévia do índice oficial de preços para as metas de inflação do BC. O IPCA-15 ficou em 0,22% ante 0,41% registrada em março, abaixo das expectativas de 0,25% dos analistas de mercado.





Fonte: Folha Online

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