Novo diálogo reforça suspeita sobre Jaime Campos
A ex-funcionária do cartório, Maria de Lourdes Guimarães, e Divino Marra da Silva, também ligado à falsificação de documentos públicos, comentam sobre a possibilidade de Helena voltar ao comando do cartório. “(...) Sabe quem ajudou ela? O Jaime Campos”, assegurou Lourdes a Divino, que emendou: “foi, né”. Na seqüência, Lourdes disse “ahan!” e Divino comentou que Jaime Campos é um “cara forte e que tem prestígio”. A mulher finalizou concordando com Divino: “É. Ele é senador, né?”.
Helena Jacarandá, Divino Marra e Lourdes Guimarães estão presos desde sexta. Uma filha de Helena, chamada Christine Jacarandá, é assessora de gabinete do parlamentar mato-grossense. O Olhar Direto divulgou ontem um diálogo travado entre ambas a partir de um telefonema feito do próprio gabinete do senador. Antes de Christine relatar que Campos havia comentado sobre a arrecadação do cartório, a mãe comentou ainda que não recebera uma ordem (para retomar o cartório). “Mas diz que é porque o presidente só despacha segunda, só três dias na semana. Parece que é segunda, não sei se é quarta e sexta”, disse Helena. No contexto, o despacho seria do presidente de uma turma do STJ.
O juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, encaminharia nesta terça-feira os autos da investigação (cópia de transcrições e respectivos áudios) ao Supremo Tribunal Federal (STF), porque Campos tem foro privilegiado. O Supremo decidirá se Campos será ou não investigado. O primeiro diálogo em que apareceu o nome de Jaime Campos ocorreu entre Lucélia Barros Lopes Parreira (corretora de imóveis) e Maria de Lourdes.
Um assessor atendeu hoje a ligação da reportagem para o telefone do senador, que estaria no plenário. Ele rechaçou novamente qualquer suspeita, sustentando que o democrata não conhece Divino Marra da Silva e Lourdes Guimarães. “São pessoas usando indevidamente o nome do senador”. “O caso da Helena Jacarandá tramita desde 2001 no STJ. Então, essas suspeitas podem comprometer os ministros do STJ”, sugeriu o assessor.
Os trinta e dois presos na operação foram indiciados por ao menos três crimes -- formação de quadrilha, crime contra o sistema financeiro, falsificação de documentos públicos, estelionato e lavagem de dinheiro, segundo informou a assessoria da Polícia Federal.
Segundo a PF, o grupo falsificava e forjava registros e títulos de propriedades rurais, que posteriormente eram usados na obtenção de empréstimos e financiamentos bancários. A investigação começou há nove meses com a denúncia do suposto esquema de fraude no cartório de Barra do Garças, além dos cartórios de Água Boa e Baliza (GO).
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