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Politica Brasil
Terça - 24 de Abril de 2007 às 17:07

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Ao contrário do que "sonham" alguns líderes políticos da turma da botina, o governador Blairo Maggi não tem um projeto político definido e "sonha apenas em terminar bem" o seu segundo mandato. Questionado sobre a observação do secretário executivo das Cidades, Rodrigo de Figueiredo, segundo o quam Mato Grosso já está pequeno para Maggi, o governador tergiversou: "meu plano é ficar aqui e terminar o meu governo da melhor forma possível". "Ele (Figueiredo) é um bom amigo, mas não concordo com a sua observação", asseverou.

Presidente de honra do Partido da República (PR) e um dos articuladores políticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Maggi vive hoje seu melhor momento político. Coemçou sua carreira pólítica como suplente de senador de Jonas Pinheiro (DEM) e decidiu entrar de vez no mundo político ao se candidatar ao governo do Estado em 2002 contra o senador Antero Paes de Barros, do PSDB, e disputar a reeleição no ano passado.

Hoje, seus assessores mais próximos "sonham" com um projeto político maior para Maggi: a Presidência da República. Outros mais racionais defendem uma candidatura ao Senado em 2010. Maggi, segundo ele mesmo declarou, refuta as duas hipóteses e os "planos e sonhos" de seus assessores, amigos e asseclas. "Na política de hoje, tenho tido mais pesadelos do que sonhos. Essa é a única certeza", declarou Maggi, para o Olhar Direto.

Apesar de ter garantido a sua reeleição de modo fácil e ter apoiado o projeto de Lula, Maggi sabe que tem e terá desafios domésticos árduos em termos políticos e administrativos. No ano passado, as contas estaduais quase não fecharam no azul (o que seria um desastre político) não fosse e providencial ajuda da União e dos pesados contingenciamentos. E as dificuldades financeiras devem continuar neste ano, num cenário pouco promissor.

Politicamente, o governador também já começa a ter problemas com os partidos que formam sua base de sustentação. O PP de Riva, Pedro Henry e companhia limitada já ensaia um rompimento. O DEM de Jaime Campos e Jonas Pinheiro não aceita ficar no governo se o PT vier, de fato, para a situação e ainda abocanhar a Secretaria de Educação (Seduc), hoje nas mãos do poderoso Luiz Antonio Pagot, que deve assumir a diretoria do Departamento Nacional de Infra-estrutura. O PDT de Mário Mário Torres e companhia também ameaça romper porque não foi contenplado com os 10 "carguinhos" pleiteados no segundo e no terceiro escalão.

Institucionalmente, o governador vive um de seus piores dias com a Assembléia Legislativa e terá que usar toda a sua influência para manter seu veto ao projeto de lei que redistribui recursos do Fethab para os municípios, para aprovar o aumento dos oficiais da Polícia Militar etc. Somando a isso, pupulam denúncias contra o governo em algumas secretarias e contra alguns secretários, que também são acusados de não "tratar bem os deputados". Algumas acusações são injustas, mas algumas reclamações e denúncias são pertinentes. Corrigir os rumos do governo, estancar a corrupção e a sonegação, contornar as crises com os partidos aliados e buscar um equilíbrio administrativo, portanto, são fatores fundamentais para evitar novos pesadelos e ter um horizonte político mais sólido.





Fonte: Olhar Direto

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