Apoio e credibilidade

Uma boa nova para quem mora no vale do Rio Cuiabá. Ou seja, todos os moradores dos 13 municípios que compõem o trecho mato-grossense com aproximadamente 650 quilômetros de extensão – indo da junção das águas dos rios Cuiabazinho e Manso até a foz do rio Piquiri, na divisa com Mato Grosso do Sul. O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR), recebeu e declarou apoio aos componentes do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético (Niepe) da Universidade Federal de Mato Grosso, que elaboram o “Plano de Desenvolvimento Econômico Sustentado do Vale do Rio Cuiabá” – um plano que irá oferecer instrumentos modernos de planejamento e ação capazes de assegurar o desenvolvimento pleno, dinâmico e competitivo dos municípios dessa região no período de 2008 a 2050, incluindo os setores de energia, turismo e saneamento ambiental.

Eu sei, você sabe, quase todos nós sabemos que a geração de riqueza esteve sempre associada ao uso de algum recurso natural. E no Vale do Rio Cuiabá não seria diferente. Por exemplo: estudos sobre as partes física e sócio-econômica dos 103 mil km quadrados que compõem a bacia, mostrou que existem na região cortada pelo rio cerca de 1 milhão e 300 mil habitantes e que onde a concentração humana é maior, a qualidade da água cai bastante. Na verdade, “as alterações na ocupação da bacia – principalmente a intensificação da atividade agrícola – vêm causando nos últimos anos impactos nos recursos hídricos tais como erosão, assoreamento, eutrofização e contaminação por agrotóxicos”.

Segundo esses mesmos estudos, “o que ainda vem segurando a qualidade da água da bacia é o seu alto poder de depuração, que advém da grande quantidade do volume de água”. Mas, quanto tempo isso pode durar, se a promoção do desenvolvimento regional não tiver como base um estudo, focado em cada unidade municipal, a fim de identificar sua interação política, sócio-ambiental e econômica com a área?

Talvez sendo rigoroso, creio que, acima de tudo, está a necessidade de garantir a sobrevivência do Rio Cuiabá, que vem sendo prejudicado ao longo do tempo e está sob ameaça de morte – uma morte anunciada que certamente irá causar graves prejuízos às populações dos 13 municípios que compõem a região do Vale do Rio Cuiabá no seu trecho mato-grossense e ao próprio Pantanal, patrimônio natural da humanidade.

Todavia, essa perspectiva sombria que paira sobre a população ribeirinha e tira o sono de ambientalistas, está começando a mudar. Quem me traz essa certeza é a participação da Assembléia Legislativa e o empenho e apoio garantidos ao núcleo de estudos pelo seu atual presidente. Isto porque (lembro com respeito e admiração), o deputado Sérgio Ricardo sempre se destacou pelas bandeiras ambientais que carrega e especialmente pelo trabalho que exerce em prol do rio Cuiabá, promovendo ações de limpeza e de conscientização quanto à preservação ambiental.

Assim, a proposta do “Pró Vale Rio Cuiabá”, elaborada pelo Niepe, cuja execução será em parceria com a Unicamp e terá as participações do Governo do Estado e do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento da região, além de representantes de várias entidades e instituições, com certeza irá estimular e promover o desenvolvimento sustentável e a melhor qualidade de vida da população ribeirinha. É. Será assim.

*Adeildo Lucena é jornalista

E-mail: adeildo_lucena07@hotmail.com