Ceprotec de Alta Floresta inaugura sua primeira solução tecnológica

A Unidade do Centro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ceprotec) de Alta Floresta inaugura nesta sexta-feira (20/04), às 16h, a sua primeira solução tecnológica: o biodigestor. Em nível nacional, mais especificamente na região Sul do País, este tipo de equipamento vem sendo utilizado há mais tempo, no entanto, em Mato Grosso, trata-se de uma novidade. Em Alta Floresta será o primeiro equipamento do gênero.

O biodigestor, segundo o diretor da Unidade do Ceprotec de Alta Floresta, Olaurildes Corrente, é utilizado para a produção de gás metano, que pode ser usado como gás de cozinha. É uma espécie de tanque onde são depositados estercos animal, misturado a uma porção de água, para fermentação e posterior liberação do gás.

A experiência, conforme o diretor do Ceprotec, foi desenvolvida em uma das 174 pequenas propriedades rurais distribuídas pelo Governo do Estado nas proximidades de Alta Floresta. Com um investimento de apenas R$ 400,00, o chacareiro Pedro Rodrigues, conhecido na região como “Pedrinho”, produzirá no terreiro de casa o gás suficiente para consumo mensal.

“Este mesmo projeto, em uma maior escala, poderá ser desenvolvido para garantir o funcionamento de motores e a produção de energia. O gás metano é um dos menos poluentes. Para se ter uma idéia, o gás é tão limpo que quando utilizado na cozinha sequer suja o fundo da panela”, destacou.

Para o agricultor, Pedro Rodrigues, o biodigestor é mais uma alternativa econômica que poderá ser colocada em prática pelos pequenos produtores. Segundo ele, cinco leitoas grandes garantirão, com as fezes, a produção mensal do gás metano. Elas são criadas no fundo chácara, de 1.2 hectares.

“Essas matrizes vão consumir R$ 45,00 em ração por mês, mas o retorno será um botijão de gás, o mesmo valor que gastarei com o alimento delas”, comentou. Os benefícios ainda poderão ser obtidos com a venda das crias das matrizes.

O agricultor também pretende tirar outras vantagens do biodigestor. Os detritos que sobram (biofertilizantes), segundo ele, serão usados para adubar uma pequena horta e o pomar. “As hortaliças e as frutas também me darão retorno financeiro”, comemorou.

A partir da inauguração do primeiro biodigestor, a direção do Ceprotec espera que mais agricultores interessem pelo assunto. Corrente destaca que, com esta iniciativa, o Ceprotec está cumprindo mais um de seus objetivos previstos na Lei Complementar 153/2004 que é “a realização de pesquisa, estimulando o desenvolvimento de soluções tecnológicas, de forma criativa, estendendo seus benefícios à comunidade”.