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Meio Ambiente
Sexta - 20 de Abril de 2007 às 08:15
Por: Maria Nascimento

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A Assembléia Legislativa de Mato Grosso entrou nesta quinta-feira (19) definitivamente na discussão sobre os efeitos do aquecimento global. A iniciativa idealizada pelo presidente da Casa, deputado Sérgio Ricardo (PR) acontece 13 dias após o alerta do Greenpeace de que “o tempo de agir contra as mudanças climáticas está se esgotando” e do alerta mundial feito por cientistas através da divulgação do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas (UNO) que revelou, entre outras coisas, que até o fim deste século, na melhor das hipóteses, a temperatura da terra pode subir de 1,8ºC para 4ºC. E após a divulgação de que no Brasil, neste mesmo período o Centro-Oeste será uma das três regiões mais atingidas pelos efeitos da ação humana sobre o meio ambiente. A região sofrerá com a savanização. Já na região Sul ocorrerão furações e no Nordeste a desertificação.

A AL quer primeiro que cada servidor possa à sua maneira e com atitudes simples contribuir com a redução de emissão de poluentes e o conseqüente aquecimento global. Como primeira atividade neste sentido aconteceu a palestra “Aquecimento Global: as causas e efeitos desse destino possível de amenizar”, proferida pelo jornalista Jair Donato, especialista em Gestão Estratégica de Pessoas e Qualidade de Vida no Trabalho. Para ela “o grande desafio da humanidade neste momento é equilibrar economia e meio ambiente”.

Na oportunidade, Donato apresentou dados científicos sobre o aquecimento global, apresentação do relatório internacional (IPCC) sobre as mudanças climáticas e exibiu o filme Al Gore ‘Uma Verdade Inconveniente’, do diretor Davis Guggenheim que retrata a história real do que está acontecendo com o globo. Na concepção do filme, a tecnologia que nasceu para ajudar termina por acabar com o mundo. O filme mostra ao mundo a destruição causada pelo aquecimento global, suas causas e, chama a atenção para a necessidade de um amplo processo de educação ambiental e tomada de caminhos para reversão do efeito estufa.

Como dinâmica da palestra, Jair fez uma demonstrações com imagens sobre a realidade climática dos países chamando a atenção para a necessidade de mudança individual de hábito para que a humanidade possa preservar o mundo “Precisamos fazer coisas simples, como escolher produtos ecologicamente corretos, andar um quilômetro a menos de carro todos os dias, comprar de empresas ambientalmente responsáveis, escolher o absorvente de algodão ao invés do de plástico ou desligar da tomada todos os aparelhos cada vez que sair de casa”, citou.

Também solicitou aos presentes que, em grupos de três apresentassem sugestões para essa mudança de hábito. Com o resultado dessas e de outras sugestões que colherá em diversas apresentações que ele fará em escolas e empresas mato-grossenses, Jair planeja lançar no próximo mês de julho uma cartilha com sugestões para uma vida ecologicamente mais correta.

O lançamento da cartilha também ocorrerá na AL que pretende ainda, ampliar o debate em outros níveis e com toda a sociedade.

O ESTUDO

O quarto relatório do IPCC começou a ser lançado em fevereiro deste ano, com o estudo "Mudança Climática 2007: base científica", que apontou, com mais de 90% de certeza, que a maior parte do aquecimento de temperatura observado nos últimos 50 anos foi provocada por atividades humanas.

Em seis de abril, foi divulgado em Bruxelas, o estudo "Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade", segundo de uma série de estudos do quarto relatório do IPCC, deixa claro que há pouco tempo para evitar impactos dramáticos e perigosos das mudanças climáticas nas próximas décadas.

O documento foi concluído depois de quase uma semana de negociações e uma longa e tensa sessão que durou 24 horas. Entre os dados do relatório constam os efeitos globais da elevação da temperatura nos ecossistemas e nas populações, além da avaliação dos impactos da mudança climática provocada pela atividade humana no próximo século e foi considerado uma visão apocalíptica do futuro.

De acordo com ele, a Terra será completamente transformada pelas mudanças climáticas induzidas pela atividade humana, e a menos que as emissões de gases do efeito estufa sejam reduzidas imediatamente, as mudanças climáticas devem causar impactos catastróficos tais como a extinção em massa de espécies; escassez de água afetando bilhões de pessoas; secas mais severas; elevação do nível do mar; tempestades mais intensas; inundações e diminuição na produção de alimentos nas partes mais pobres do planeta.

Após a divulgação, o diretor de Diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, disse que “é possível realizar uma revolução energética que reduza dramaticamente as emissões de CO2 e possibilite uma transformação no modo como produzimos energia para impedir que o aumento de temperatura ultrapasse os 2 graus Celsius. Acima de 2°C, as conseqüências do aquecimento global serão irreversíveis. Ainda segundo ele, no Brasil poderemos crescer sem poluir garantindo nossas necessidades de energia elétrica com mais de 88% da matriz baseada em energias limpas e economizando energia”.

O Greenpeave anunciou ainda que os governos devem começar a negociar metas para atingir esse objetivo já na próxima reunião da Convenção Quadro de Mudanças Climáticas e do Protocolo de Kyoto, que acontece em Bali (Indonésia), em novembro deste ano. Na ocasião, deverá ser alcançado acordo para finalizar as negociações sobre a segunda fase do Protocolo de Kyoto até 2009.





Fonte: Secretaria de Comunicação

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