Arquivo Público de MT completa 111 anos
O acervo do Arquivo Público pode ser dividido da seguinte forma (números aproximados): 81.500 documentos, sendo 80 mil do período colonial e 1.500 do período imperial; 2.736 livros de registros — 46 do período colonial e 2.690 do período imperial; 75 mil balancetes; cinco mil livros de Coletoria Estadual; 1.660 inventários e testamentos desde 1778; 79 livros de atos governamentais e 199 títulos de jornais entre nacionais e regionais, além de diários oficiais desde o ano de 1890.
O Arquivo Público abrirá hoje, a partir das 14h, uma exposição em comemoração ao Dia do Índio. A data é comemorada nacionalmente no dia 19 de Abril. A exposição contará com 54 fotos de várias tribos indígenas e o encerramento está previsto para o dia 30 de abril.
Segundo a historiadora Elair Brito, o evento é propício para aproximar mais o Arquivo da sociedade. "Desde o ano passado, houve um aumento considerável de visitas por parte das escolas da capital. E o número de pesquisadores, principalmente acadêmicos do curso de História, que vem ao Arquivo para realizar suas pesquisas também aumentou bastante".
Arquivamento
À época da criação da instituição, a tarefa de arquivar os documentos ficou a cargo de Estevão de Mendonça, que diante do grande volume de documentos, decidiu arquivá-los em latas de folhas de flandres, para nelas guardar os documentos classificados por ano. Hoje esse trabalho é feito por quase todos os servidores do Arquivo, que trabalham na identificação, separação, higienização e no arquivamento dos documentos.
A historiadora Elair Brito, que integra a Coordenadoria de Organização de Acervo do Arquivo Público, explicou como ocorre o processo atualmente. "Após a identificação, separação, higienização e arquivamento, eles recebem um resumo, para que se possa produzir um índice que identifique os documentos. A identificação é feita por ano, autor e assunto. Depois eles são acondicionados em caixas padronizadas e envoltos em papel alcalino, para preservá-los", esclareceu a historiadora.
O secretário de Estado de Administração, Geraldo de Vitto Jr, disse que nos últimos anos o Arquivo Público de Mato Grosso vem sendo reestruturado, passando por um processo de reconhecimento e valorização de trabalhos.
Local de pesquisa
Para De Vitto, o Arquivo Público é hoje um espaço conhecido da população. "Antes, poucos o conheciam, mais precisamente historiadores e pesquisadores. Hoje se tornou ponto de encontro de estudiosos e estudantes, que buscam se aprofundar nos conhecimentos guardados e preservados no local. O Arquivo faz parte do cotidiano cultural de Mato Grosso, trabalhando com excelência no resgate da memória do estado".
O superintendente do Arquivo Público, José Roberto Stopa, cita os ‘Annaes do Senado da Câmara do Cuyaba: 1724 – 1830’ como um exemplo do trabalho realizado pelo Arquivo. "Esse trabalho, que será lançado nos próximos dias, em comemoração aos 111 anos do Arquivo, mostra o respeito que temos com a história de nosso Estado".
Stopa contou que outro trabalho que está sendo desenvolvido pelo Arquivo é o das ‘Sesmaria’, cartas do período colonial que retratam a história de Mato Grosso. "Essas cartas têm um importante papel na história de MT, e até hoje elas têm importância jurídica, sendo usadas em alguns processos judiciais. Elas tratam de todo o processo organizacional das terras da então província de MT, e nortearam todo o processo de concessão de terra no estado, no período de 1763 a 1824".
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