Deputado França quer carnaval desenvolvendo cidades
A proposta do parlamentar é fomentar a cultura e o turismo, inicialmente, em pelo menos três das principais cidades mato-grossenses conhecidas pela prática do incremento às festividades carnavalescas – Cuiabá, Santo Antonio de Leverger (35km da capital) e Chapada dos Guimarães (65km), com a construção de sambódromos. Por conta de suas características peculiares, elas tiveram seus nomes encaminhados ao secretário de Cultura-MT, João Carlos Vicente Ferreira.
“Com sua numerosa população, Cuiabá é uma das capitais brasileiras que não possuem espaço próprio para a realização da maior festa popular brasileira. Em Santo Antonio, acontece um dos mais tradicionais e populares carnavais do estado – atraindo todo ano milhares de pessoas, de dentro e fora de Mato Grosso. Por sua vez, Chapada tem grande potencial turístico e – também – um grande carnaval popular”, disse França.
Ele lembrou que, em audiência realizada pela prefeitura de Leverger junto à população, para decidir sobre a continuidade ou não do carnaval na cidade, 100% dos moradores locais aprovaram a manutenção da festividade. “A animação e o entretenimento, aliados ao grande retorno financeiro para o município e seus moradores – nesse período – tiveram peso fundamental na escolha. Esses fatores oportunizam melhoria na qualidade de vida, através do comércio popular implantado nas ruas da cidade”, justificou o parlamentar.
Os moradores de Chapada também querem a construção de uma “passarela do samba” como forma de eliminar, segundo eles, os transtornos gerados nos períodos carnavalescos pela falta de infraestrutura para atender milhares de turistas que visitam regularmente a cidade para desfrutar de suas belezas naturais. Esse fluxo é incrementado no período das folias de Momo.
O carnaval, em Cuiabá, acontece na Avenida Beira Rio, ao lado do complexo Sérgio Motta – no tradicional bairro do Porto. Na ocasião, todos os anos são montadas estruturas metálicas que servem como arquibancadas. “Nossa capital merece essa grande obra. Já temos uma tradição carnavalesca com desfiles de escolas de samba e vários blocos que arrastam milhares de pessoas na avenida”, reforçou França.
A história dos populares sambódromos teve início com a Passarela do Samba do Rio de Janeiro, também conhecida como Marquês de Sapucaí. Seu projeto – de autoria de Darcy Ribeiro e do arquiteto Oscar Niemeyer – foi implantado durante o primeiro governo de Leonel Brizola (1983-1986) e inaugurado em 1984. O objetivo foi dotar a cidade de um equipamento urbano permanente para exibição do tradicional espetáculo do desfile das escolas de samba.
Após a construção do primeiro sambódromo, outras obras similares surgiram pelo país, entre elas o “Bumbódromo” – no Amazonas – e o “Sambódromo do Anhembi”, em São Paulo, que deram configuração nacional ao modelo carioca.. Hoje, além do Rio e da capital paulista, Bahia e Pernambuco têm alguns dos maiores carnavais brasileiros.
Igualmente aos demais sambódromos, os propostos por Roberto França não serão espaços ociosos fora do período carnavalesco. “Neles, poderão ser realizadas outras festividades que constem nos calendários oficiais dos respectivos municípios, desfiles cívicos, festas beneficentes, apresentações culturais e outros eventos”, salientou o deputado.
Sobre as deficiências atuais registradas nas três cidades, ele citou a falta de estrutura física em Leverger – com deficiência de banheiros apropriados para as pessoas, que também ficam expostas a violência devido ao grande número de ruas – muitas vezes mal iluminadas e desertas – ocupadas pelos foliões. Em Cuiabá, a passarela irá aumentar “em muito” o número de pessoas que participam do carnaval local.
“Já Chapada dos Guimarães, tradicionalmente oferece um carnaval de todos os ritmos ao público, valorizando as culturas regional e brasileira, atraindo milhares de pessoas. Apesar disso, a cidade também deixa a desejar no ‘quesito’ estrutura física e nas frágeis condições oferecidas, idênticas às de Santo Antonio”, concluiu França.
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