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Meio Ambiente
Sexta - 13 de Abril de 2007 às 13:23

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“O desaparecimento da Amazônia teria conseqüências reais em todo o mundo, e a comunidade internacional não está fazendo o suficiente para evitar isso”, afirma François-Michel Le Tourneau, geólogo do Centro de Pesquisa e Documentação sobre a América Latina.

“Se parte da floresta desaparacer, a evaporação que deveria formar chuvas sobre a Amazônia vai ser direcionada para o sul do continente e até para a Europa, devido à mudança no sistema geológico da região."

De acordo com o especialista, o resultado disso será um clima cada vez mais seco na Amazônia, enquanto que São Paulo, Buenos Aires e até algumas áreas da Europa deverão sofrer com chuvas mais intensas e inundações.

Importância mundial

A importância da floresta amazônica no equilíbrio mundial também foi destacada pelo antropólogo Martin von Hildebrand, diretor do programa Coama, para a preservação da Amazônia colombiana.

“Todos dependemos da floresta amazônica e por isso todos devemos lutar para que o Brasil a preserve. Mas, em contrapartida, a comunidade internacional também tem a obrigação de ajudar o Brasil”, justifica o antropólogo.

“Depois de terem destruído os seus próprios recursos a favor do crescimento, os países desenvolvidos não podem pedir que os brasileiros deixem de pensar em crescimento”.

Von Hildebrand sugere também que a comunidade internacional pague uma espécie de mesada para que o governo brasileiro “se comprometa a fundo” na preservação da floresta amazônica.

“Seria uma recompensa pelo que o país deixaria de ganhar com a exploração dessas terras. É um negócio justo, já que todo o mundo depende da Amazônia, e o território pertence aos brasileiros”, explica o antropólogo.

Pressão

A opinião de von Hidebrand coincide com a do sociólogo Benjamin Buclet, sociólogo político especializado em gestão do território.

“Esse dinheiro poderia ser aplicado em projetos de desenvolvimento sustentável que dariam ao brasileiros o crescimento econômico que desejam”, disse Buclet.

Os especialistas ressaltam a pressão internacional não deve ser confundida com imposição.

“O problema é que grande parte dos políticos e da população do Brasil consideram qualquer negociação internacional como intervenção estrangeira na Amazônia, e isso não deveria ser visto dessa forma”, diz o geólogo François-Michel Le Tourneau.

Já na opinião de Buclet, é preciso pressão internacional dos dois lados "para que a comunidade internacional leve propostas e para que governo brasileiro aceite negociar".

“A Amazônia nunca foi prioridade para o governo brasileiro, e a única forma de mudar essa visão é por meio da pressão internacional. Há muita boa vontade e pessoas qualificadas, mas o governo não consegue conciliar as suas promessas de crescimento com a preservação do meio ambiente”, afirma.





Fonte: BBC Brasil

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