Carlos Bezerra diz que Brasil tem que ser ‘sacudido’
A Marcha a Brasília é o maior evento do movimento municipalista. Além de verbas para estruturar um serviço de emergência regional, os prefeitos reivindicam recursos para combate às endemias; o pagamento de precatórios; financiamento da Saúde; utilização do Fundeb para pagamento do transporte escolar; discussão do plano da Educação Básica; e aumento de 1% no Fundo de Participação dos Municípios.
Municipalista convicto, Bezerra voltou a criticar o modelo federativo brasileiro. Segundo ele, o país vive, hoje, dois problemas graves que precisam ser enfrentados com urgência: o modelo econômico e a estrutura federativa.
A política econômica, disse Bezerra, precisa de uma nova feição para que promova desenvolvimento acelerado da economia, sendo que a principal mudança deve ser a política de juros. Resultado da atual estrutura é "essa taxa ridícula de crescimento", criticou.
Quanto ao modelo federativo, este é "um grave erro onde vamos ter que mexer um dia, com uma reforma tributária que garanta a redistribuição de recursos". Bezerra, que no Senado (1995/2003), foi presidente e depois relator da Comissão de Orçamento da União, é a favor da mudança do modelo de orçamento, de autorizativo para impositivo.
"Um país continental, com tudo centralizado em Brasília, não funciona. O prefeito, para construir um posto de saúde, por exemplo, tem que buscar recursos em Brasília, porque o município não tem condições de fazer. Isso é um absurdo", observou.
Ainda como senador, Carlos Bezerra articulou e coordenou o Prodeco (Plano de Desenvolvimento do Centro-Oeste), um projeto elaborado por todos os Estados do Centro-Oeste, envolvendo governos estaduais, bancadas federais, assembléias legislativas, universidades e entidades de classe na discussão de um programa de desenvolvimento para a região.
Desde a elaboração do Prodeco, a distribuição dos recursos ainda contempla e reforça a desigualdade regional, segundo Bezerra. "Nessas condições, o Brasil não conseguirá superar as suas desigualdades".
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