MP recomenda que homossexuais possam doar sangue
A notificação já está no Hemocentro. Para o Ministério Público, a opção sexual não pode mais limitar a doação de sangue. Segundo o MP, homossexuais declarados do sexo masculino, antes barrados na entrevista, não devem ser impedidos se preencherem outras exigências: peso acima de 50 quilos, parceiro sexual fixo e boa saúde.
As normas adotadas em Cuiabá fazem parte de uma lei federal. É a Anvisa quem determina como devem agir os bancos de sangue em todo o país. Evitar a doação de homens homossexuais faz parte de uma resolução. O motivo é que eles fariam parte de um grupo com riscos acrescidos.
No documento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária coloca os homossexuais ao lado de doadores que já tiveram, por exemplo, diabetes. O argumento é que o HIV leva pelo menos 22 dias para ser detectado no sangue, período conhecido como janela imunológica. "A Anvisa orienta que homem que manteve relação sexual com outro homem deve ficar pelo menos um ano sem doar sangue. A princípio nós solicitamos um posicionamento da Anvisa com relação a esse item, se é possível existir alguma alternativa para essa regra", explicou Carla Marques, diretora executiva do Hemocentro.
O presidente da ONG Livremente, que trabalha com homossexuais em Mato Grosso, não concorda com as explicações da Anvisa. E resume o que vinha acontecendo como mais um caso de discriminação. "Precisa dizer, claramente, que não existe mais grupo de risco e sim comportamento de risco. Hoje, qualquer segmento está sujeito a esse tipo de comportamento", disse Clóvis Arantes.
Enquanto aguarda posicionamneto da Anvisa, a diretora técnica do Hemocentro de Mato Grosso disse que, por enquanto, vale a regra que proíbe que homossexuais doem sangue.
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