PSB fica com portos, mas sem a Infraero
Além de não ganhar a Infraero, que controla os aeroportos, como tentou até o último minuto, o partido também recebeu um "não" de Lula na demanda de controlar a administração dos chamados portos secos (na prática, grandes armazéns utilizados para desembaraço de mercadoria).
Os portos secos devem continuar sob administração da Receita Federal e do Ministério da Fazenda e Infraero, com o Ministério da Defesa.
"Ainda estamos no escuro quanto à estrutura exata da secretaria", afirmou o líder do PSB na Câmara, Márcio França (SP). De concreto, a nova secretaria terá apenas a administração portuária. O PSB ainda tenta abocanhar a administração das hidrovias, hoje no âmbito do Ministério dos Transportes, mas isso é incerto.
A pasta também não deve ter grande participação nas obras da transposição do rio São Francisco, como desejava.
Insatisfação
Nos bastidores, o partido se mostra insatisfeito. Anteontem, após a reunião do conselho político de Lula, o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, abordou o presidente e perguntou sobre a secretaria. O presidente repetiu o compromisso de criá-la, mas não deu detalhes.
Horas depois, o indicado para chefiar o novo órgão, o ex-ministro da Integração Nacional Pedro Brito reuniu-se com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para discutir os detalhes da estrutura da secretaria. A conversa não foi conclusiva. A medida provisória criando a secretaria deve ficar para depois da Páscoa.
A demora já irrita o partido. Integrantes da legenda dizem que já teve até foto do novo ministério de Lula e a nova secretaria nem saiu do papel.
O que consola o partido é a perspectiva de crescimento da importância dos portos prevista no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O programa estima gastar R$ 2,6 bilhões até 2010 em 12 portos marítimos, 67 fluviais e uma eclusa.
Um dos nós que ainda precisam ser resolvidos pelo governo é a estrutura de cargos da secretaria. Grande parte dos postos médios seria apenas transferida dos Transportes, mas é inevitável a criação de funções para cargos de confiança.
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