Chica diz que não sairá mais do PSDB; tucanato prega expulsão

O PSDB dará prosseguimento ao processo que pode resultar na expulsão da deputada de primeiro mandato Chica Nunes, que afirmou ontem que não pretende mais deixar o partido e migrar para a base aliada ao governador Blairo Maggi (PR). O caso foi enviado no mesmo dia ao Conselho de Ética do diretório estadual tucano e deverá ser concluído em 90 dias.

A processo que trata da expulsão de Chica será conduzido pelo presidente do Conselho de Ética do PSDB/MT, Ussiel Tavares. O presidente da sigla em Cuiabá, vereador Permínio Pinto, cobrará também da correligionária uma retratação pública.

Permínio alega que Chica desrespeitou o partido na semana passada ao tratar com ironia a sua desfiliação. "Vou querer, no mínimo, que ela se retrate. Ela deu uma entrevista à imprensa dizendo que sairia do PSDB e ainda tratou o assunto de forma desrespeitosa". O processo contra Chica foi instaurado após o militante Valmir Molina pedir anteontem a expulsão da deputa que presidiu a Câmara de Vereadores em 2005 e 2006. Ele garante contar com apoio a Juventude do PSDB para expulsar a correligionária.

Molina, que é servidor da Câmara e ligado ao diretório municipal do PSDB, alega que Chica admitiu publicamente interesse em trocar o ninho tucano pelo PP do deputado federal Pedro Henry ou o PR de Maggi.

O militante tucano alega que pediu a expulsão da deputada e ex-presidente da Câmara Municipal porque Chica desrespeitou o PSDB, principalmente o artigo 132 do Estatuto partidário, que determina compromisso dos filiados como exigência para a manutenção da filiação.

O pedido de expulsão de Chica foi motivado também pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que afirmou na semana passada que os votos são dos partidos e não dos candidatos. Os tucanos acreditam que ela perderia a vaga ao deixar a sigla, o que beneficiaria definitivamente o suplente em exercício Carlos Avalone (PSDB). O problema é que, se ela for realmente expulsa, a parlamentar poderá achar uma brecha na interpretação do TSE para continuar no mandato mesmo após a desfiliação, já que não teria oficializado a saída do ninho tucano por interesse próprio.