Secretário Pagot está sob investigação da Abin
Todos os nomes indicados para cargos federais passam por uma verdadeira devassa da Abin. Apesar de atuar em silêncio, a Agência é conhecida, principalmente pelos movimentos de esquerda, por causa do resquício de repreensão aos opositores do regime militar (65/85). A Abin levanta a chamada ficha pregressa da pessoa. Caso encontre algo que a comprometa ou que tenha "manchado" a trajetória, a Presidência da República e/ou ministro da pasta ligada ao cargo pleiteado é informado dos fatos, por meio de relatório sigiloso. Sem alarde, o nome acaba excluído.
No caso de Pagot, ele passou a ser investigado pela Abin desde antes de ter atuado no Centro de Informações da Marinha (Cinemar). Para muitos, o atual secretário de Estado de Educação tinha função de conter a esquerda durante os anos de chumbo da ditadura militar.
Articulação
Considerado o trator da administração Pagot, Luiz Pagot está em Brasília desde segunda (5). Esteve reunido com o ministro Nascimento e com parlamentares. Conseguiu apoio, por exemplo, da bancada de Minas Gerias, que resistiu a sua indicação para o comando do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), que, para cuidar das rodovias federais do país, detém um orçamento anual de R$ 12 bilhões, o dobro do governo do Estado de Mato Grosso.
Enquanto a Abin faz o levantamento de sua ficha, Pagot prepara terreno para enfrentar a sabatina no Senado. Para que seja oficializada a indicação é preciso que o governo federal publique uma mensagem no Diário Oficial da União, submetendo seu nome à apreciação do Senado. Depois disso, Pagot que também é filiado ao PR, terá de passar por uma sabatina na Comissão de Infra-Estrutura, no Senado, e, em seguida, ter seu nome aprovado pelo plenário da Casa.
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