Lula e Bush dizem não ter plano B se Doha fracassar
Após haver se reunido com Bush no retiro presidencial americano, Lula afirmou que nunca esteve tão otimista quanto a destravar as negociações com vistas à retomada das negociações de liberalização do comércio mundial. "De todas as reuniões em que participei com o governo americano, essa foi a mais produtiva", comentou o presidente. Discurso afinado
Bush, por sua vez, foi na mesma linha. "Todas as nossas conversas que tivemos sobre comércio se concentraram na retomada de Doha. Já me perguntaram muito sobre planos B em muitos assuntos, mas eu sou, como o presidente Lula, um sujeito do tipo plano A", afirmou o líder americano.
O presidente dos Estados Unidos disse que seu país está "disposto a reduzir subsídios agrícolas de forma substancial", mas acrescentou que é preciso que os produtos industrais e serviços americanos tenham acesso a outros mercados.
A Rodada de Doha chegou a um impasse no ano passado, após divergências entre Brasil, União Européia e Estados Unidos. Os brasileiros queriam que americanos e europeus reduzissem os subsídios agrícolas que oferecem, ao passo que estes visavam a ter maior acesso a mercados de países em desenvolvimento.
De acordo com Bush, "o Brasil é um grande exportador, então é do interesse do Brasil que os seus produtos e serviços tenham acesso aos mercados mundiais também".
O líder americano acrescentou que "essas negociações são difícieis, porque há muitos interesses em jogo. Para ter êxito, é preciso ter a vontade decisiva. Eu garanto ao presidente Lula que nós, nos Estados Unidos, queremos ter êxito".
Risos e divergências
Lula afirmou que a questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU é o tema em que ele e Bush têm mais divergências. E em seguida acrescentou: "Mas também, se não tivermos divergência, não tem graça fazer política", despertando risos de Bush.
Bush voltou a rir quando Lula acrescentou: "Tenho 61 anos de idade e mais quatro anos de mandato. Então, estou convencido de que iremos ver esse Conselho da ONU mudado e a ONU reformada".
O Brasil pleiteia um acento como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. Os Estados Unidos defendem que a vaga seja concedida ao Japão.
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