Troca de Marinho por Lupi no Trabalho revolta CUT
"Primeiro, precisa confirmar. Jornal não é confirmação", disse à Reuters José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, mostrando incredulidade com a mudança.
"Segundo, se se confirmar eu acho que é um equívoco porque Marinho tem feito um excelente trabalho no ministério. Ele é excelente negociador, como na época do debate do salário mínimo", defendeu Feijóo, que sucedeu Marinho no sindicato. O ministro também presidiu a CUT.
Quintino Severo, secretário-geral da CUT, diz que o governo tem a liberdade de trocar ministros. "Estamos surpresos, mas esta é uma decisão do presidente Lula. É um prejuízo para o movimento sindical porque Marinho tem estabelecido diálogo com os movimentos sociais", disse.
Feijóo, que esteve em Brasília na terça-feira, pressionando pela manutenção do veto presidencial a uma emenda do projeto da Super-Receita, voltou a São Paulo e disse que retornaria a Brasília nesta tarde, mas não admite que o objetivo do retorno seja a troca ministerial.
A presidente interina da CUT, Carmen Helena Foro, também está em Brasília e há pressões para uma audiência com o presidente Lula.
A notícia da saída de Marinho e sua ida para a Previdência não é confirmada pelo Palácio do Planalto, mas vazou na terça-feira à noite após o encontro de Lula com Lupi e em seguida do pedetista com Marinho. Até então, Marinho parecia confirmado para continuar no Trabalho e a Previdência é que seria ocupada pelo PDT.
Já a conversa de Marinho com Lupi, segundo uma fonte do Ministério do Trabalho, foi rápida e não teria significado uma passagem de bastão.
Os sindicalistas da CUT evitam até comentar sobre a presença do PDT no Trabalho. "Não me peça para falar isso, não quero falar mal de ninguém, ainda tenho esperança", afirmou Feijóo.
Já Severo se mostra conciliador. "Da mesma forma que Marinho teve boa relação com as outras centrais, esperamos que ele (Lupi) também tenha."
A Previdência é considerada um problema para a CUT por ter a missão de executar uma reforma nos benefícios dos trabalhadores da iniciativa privada, considerada antipática ao movimento.
No governo Lula, a pasta já foi ocupada por Ricardo Berzoini e Jaques Wagner, ambos egressos do movimento sindical.
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