Alckmin se prepara para eleições de 2008 e critica Lula
"O Brasil tem mais de 5.500 municípios. Não se faz partido sem base. O PSDB foi fundado em 1988 e quase desapareceu em 1990 porque ficou sem base. O PSDB nasceu na Constituinte, um partido congressual, sem ter base. Em 1990, Mário Covas nem conseguiu ir para o segundo turno em São Paulo", afirmou ele hoje num seminário promovido pela Lidem (Grupo de Mulheres Líderes Empresariais), em São Paulo.
Para ajudar o PSDB nas eleições de 2008, Alckmin disse que pretende visitar todas as prefeituras do país assim que retornar ao Brasil, no final de maio. Ele faz um curso de políticas públicas, em Harvard (EUA).
"Pretendo sim trabalhar todo o Brasil, todas as prefeituras. Porque é o governo local que pode melhorar a vida do povo. As pessoas vivem no município. O partido precisa ter base. Se não tem base, não tem sustentabilidade política. O PSDB precisa se preparar para isso."
O tucano desconversou, quando questionado sobre sua eventual candidatura à Prefeitura de São Paulo. "Essa questão de eleição não está colocada. Eleição é só no ano que vem. Ainda faltam dois anos", respondeu Alckmin.
O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse nesta semana que a candidatura de Alckmin era "inevitável". Alckmin afirmou que a negociação da candidatura e das alianças serão todas discutidas no próximo ano.
Questionado sobre a disposição de disputar a presidência do PSDB, Alckmin respondeu que isso não está nos seus planos. "Não coloco isso como objetivo. Vou ajudar [o partido], mas não preciso ser presidente."
Na viagem que fará pelo país, Alckmin deve aproveitar a oportunidade para agradecer os votos recebidos nas eleições presidenciais de 2006, quando foi derrotado no segundo turno pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva. "Volto [para os EUA] no domingo. Fico mais dois meses lá e aí volto definitivamente. Vou percorrer o país, agradecer os votos, ouvir o povo e ajudar o PSDB."
Mesmo sem ser candidato, Alckmin não evitou críticas ao governo do presidente Lula, que o derrotou nas eleições presidenciais de outubro. "O Brasil está perdendo tempo num mundo que é muito rápido. Meio ano e nem o ministério foi concluído."
Ele defendeu a realização das reformas tributária, política, trabalhista e a conclusão da previdenciária neste ano. "Se as reformas estruturantes que impedem, que são os nós do crescimento e do emprego, não forem feitas neste ano, se perderam quatro anos. Essa é a hora de fazer as reformas."
Alckmin criticou ainda a proposta de trégua feita pelo Planalto para a oposição. "Quando vi Lula dizer que iria propor ao PSDB uma trégua de dois anos [...]. Ele não entendeu a lógica democrática. É tão patriótico ser governo quanto ser oposição. A tarefa da oposição é criticar, propor. O bom governo se beneficia da oposição.
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