Estudo prevê fim de algumas zonas frias até 2100
O desaparecimento de algumas zonas climáticas aumenta também o risco de extinção de determinadas espécies vegetais e animais, segundo Jack Williams, geógrafo da Universidade de Wisconsin e coordenador do estudo publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Estudos anteriores já apontavam o risco de extinção de espécies em determinadas áreas - como a floresta nublada da Costa Rica ou a região do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. Este é o primeiro a prever esta mudança em nível global, disse Williams por telefone.
O aquecimento de até 8 graus Celsius em algumas latitudes até o final deste ano deve fazer com que as zonas climáticas se afastem do equador, em direção aos pólos, segundo o estudo. "São esses climas perto dos pólos ou no topo de montanhas que estão sendo expulsos", disse Williams. "Está ficando quente demais."
Ursos polares e focas, que dependem do gelo ártico, podem estar entre as espécies ameaçadas, disse Williams, embora o estudo não tenha tratado especificamente do destino desses animais. Com o desaparecimento das zonas polares, novas zonas serão criadas em partes do mundo já que estão entre as mais quentes, previu o estudo, usando modelos das mudanças climáticas.
A mudança de temperatura deve ser maior no Ártico e na Antártida porque, sem neve e gelo, a luz do sol deixa de ser derretida e passa a ser absorvida pela água ou a terra, o que acelera o aquecimento. Mas, como as flutuações normais de temperatura e pluviosidade são menores nos trópicos, mesmo pequenas mudanças de temperatura podem fazer uma grande diferença nessas regiões quentes, disse John Kutzbach, co-autor do estudo, também da Universidade de Wisconsin, em nota.
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