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Polícia Brasil
Sexta - 05 de Abril de 2013 às 10:15

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O gerente de um loja do supermercado Todo Dia, do grupo Walmart, foi preso em flagrante, em Itaquera, na zona leste de São Paulo, por, segundo a polícia, vender lotes proibidos de produtos Ades, da Unilever. A venda foi suspensa pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após contaminação de um lote do produto com soda cáustica. A prisão foi feita na quarta-feira pela Polícia Civil, após receber denúncia do pai de uma cliente hospitalizada depois de ingerir a bebida comprada no supermercado. Segundo a polícia, o gerente foi solto após pagamento de fiança.

 

 

 

A polícia apreendeu várias caixas do produto cuja venda está suspensa pela Anvisa desde o dia 18 de março deste ano. A interdição de lotes do produto ocorreu após ter sido constatada falha no processo de higienização das máquinas da linha de produção, o que resultou em contaminação por soda cáustica. Na terça-feira, a Anvisa decidiu manter suspensa a fabricação, distribuição, comercialização e o consumo de todos os lotes de alimentos com soja da marca Ades identificados pelas iniciais AG, tanto nas embalagens de um litro quanto nas embalagens de 1,5 l.

 

 

 

Por meio de nota, o supermercado Todo Dia diz ter retirado os produtos Ades de suas lojas desde o dia 18 de março, data da resolução publicada pela Anvisa. "Em relação ao caso ocorrido na loja de Itaquera, de acordo com a própria polícia, um cliente adquiriu no dia 16 de março o produto, que foi consumido por sua filha (17 anos) no dia 17 de março, datas anteriores à resolução da Anvisa. Quanto à ação realizada pela polícia nesta loja, a empresa iniciou imediatamente um processo de investigação interna, está colaborando com a polícia e em contato com a família da cliente para o esclarecimento do caso", informa a rede.

 

 

 

A Unilever, fabricante do Ades, disse que após ter confirmado o problema registrado com 96 unidades do produto, sabor maçã, de 1,5 l (lote AGB25), que foram envasadas com solução de limpeza, fez um recall do produto e mobilizou funcionários para apoiar redes varejistas a recolher as unidades impróprias dos produtos. "No dia 18/03/2013, a Anvisa reforçou o recall da Unilever e decidiu, de forma preventiva, suspender a distribuição e comercialização de todos os lotes identificados com as iniciais AG, fabricados na linha TBA3G, uma das onze linhas que produzem Ades na fábrica em Pouso Alegre", diz a nota da empresa.

 

Entenda
Em 22 de março, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais divulgou um comunicado sobre a contaminação de lotes da bebida Ades. Segundo a secretaria, a unidade de Pouso Alegre (MG) passou por inspeção pela equipe da Vigilância Sanitária estadual e municipal, que concluiu que houve falha no envase do produto sabor maçã, quando o estoque do tanque que alimentava a linha de produção estava reduzido - o que caracteriza o final do processo produção da bebida -, e, neste momento, é feito um processo automático de limpeza. "No entanto, o equipamento foi acionado novamente para o processo de envase", dizia o comunicado da secretaria mineira.

 

 

 

Segundo a equipe, ao embalar os sucos, a linha acabou utilizando solução de Hidróxido de Sódio a 2,5%, que é utilizada em processos de limpeza. Com isso, foram envasadas 96 unidades com Hidróxido de Sódio e não do suco de soja Ades, de 1,5 litro. "A empresa não constatou o desvio e o produto foi disponibilizado ao mercado", afirmava ainda o comunicado da secretaria. Os órgãos apontavam ainda que a falha se deu no processo de envase do Lote AGB 25, envasado no equipamento TBA3G no dia 25 de fevereiro e com validade até 22 de dezembro deste ano.

 

 

 

No mês passado, a Anvisa publicou no Diário Oficial da União a suspensão da fabricação, distribuição e comercialização do suco Ades em todo Brasil. A medida afetou os produtos fabricados na planta de Pouso Alegre (MG). Mais tarde, técnicos da Unilever disseram que houve falhas operacionais e erro humano no caso. O vice-presidente da empresa no Brasil, Newmam Debs, alegou que a contaminação foi "pontual".

 

 

 

Fazem parte da proibição de venda, distribuição e fabricação da Anvisa, os sucos em embalagens de 1 litro sabor abacaxi, cereais com mel, chá verde com tangerina, chá verde com limão, chocolate clássico, chocolate com coco, frapê de coco, laranja, maçã, manga, maracujá, melão, morango, original, pêssego, shake morango, uva, vitamina banana, zero frapê de coco, zero laranja, zero maçã, zero original, zero pêssego, zero vitamina banana, zero uva; embalagens de 1 litro promocional (pague 900 ml, leve 1 l) sabores laranja, uva e maçã; embalagens de 1,5 litro sabores maçã, uva, laranja e original.

 

 

 

Caso seja encontrado algum deslize do ponto de vista do direto do consumidor, a Unilever poderá ser multada em até R$ 6,2 milhões. Falhas sanitárias, como falta de boas práticas na produção, poderão ser passíveis de punição. A multa máxima que a Anvisa pode aplicar é de R$ 1,5 milhões.





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