Mato Grosso pode ficar sem nenhum cargo no segundo escalão de Lula

O governador Blairo Maggi jantou no sábado em Curitiba (PR) com o novo ministro da Agricultura Reinhold Stefhanes. O encontro serviu para o governador tentar emplacar dois de seus aliados em postos chaves do ministério além, é claro, de garantir boas perspectivas para os produtores brasileiros, notadamente os sojicultores onde o governador detém o título de rei.

Maggi aproveitou o encontro com o novo ministro para pedir que este nomeie para a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento -, seu amigo Moisés Sachetti, atualmente presidente do Detran. Pediu também a nomeação de Décio Coutinho para a Secretaria Nacional de Defesa Sanitária do Ministério. Saiu do suculento jantar sem saber se conseguirá emplacar os dois amigos. O ministro, segundo fontes paranaenses que acompanharam o encontro, apenas ouviu, não respondeu, não esboçou nenhuma esperança. Estas mesmas fontes disseram ainda que a Conab dificilmente será dada para Mato Grosso. Quanto a conversa sobre melhores condições para os grandes produtores, o ministro acena com a possibilidade de atender as reivindicações.

Mato Grosso no início do processo da Reforma Ministerial falava em conseguir 11 postos no segundo escalão. Com os anúncios dos ministros feitos por Lula, o Estado perdeu força, mostrando que a bancada é fraca e passou a pleitear três cargos, todos eles ligados ao setor produtivo. Mas, após o encontro de Maggi com o ministro da Agricultura Reinhold Stephanes já se fala que Mato Grosso poderá ter no máximo um cargo no primeiro escalão e assim mesmo se o PR conseguir emplacar um ministro no Ministério dos Transportes.

Lula ainda não definiu quem será o ministro e se o cargo será dado de presente ao PR. Assim, o governador, mesmo em férias resolveu agir e confirmou para esta quarta-feira um jantar com a bancada do PRl em Brasília. Vai tentar organizar uma força tarefa para que o Estado consiga pelo menos um cargo de consolação no segundo escalão do governo federal, o Dnit – Departamento Nacional de Infra-estrtrutura Terrestre para repassá-lo para Luiz Antônio Pagot, homem forte do governador e atualmente secretário de Educação.

Mas emplacar Pagot no Dnit não será uma tarefa tão fácil. É que o cotado para ser ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, presidente nacional do PR, em visita recente a Mato Grosso não mostrou tanto entusiasmo em levar Pagot para o Dnit. Disse na época que o cargo conta com muita gente especializada e de grande trânsito. Completou afirmando ainda que Pagot teria de brigar muito para conseguir a vaga. E para piorar o PSB quer tirar do Transportes a Secretaria Nacional de Portos, o que esvaziaria o ministério. Alfredo Nascimento ameaça até não aceitar o ministério se esta secretaria virar ministério.

Desta forma, Mato Grosso que antes sonhava com onze vagas em postos importantes do segundo escalão, poderá ficar sem nenhum cargo em Brasília, tudo por não conseguir mostrar a força de sua bancada. E pior, mostrar que o governador Blairo Maggi não tem a força que acreditava ter junto com o presidente Lula a quem levou para uma estada de dois dias em uma de suas fazendas.