<b>Envolvido em escândalo dos sanguessugas dá consultoria a Jaime</b>
Um dos especialistas em matéria orçamentária, Policena já prestou assessoria para o ex-senador e hoje deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) e depois passou a auxiliar no gabinete de Serys. Com o envolvimento do seu nome no escândalo, a senadora o afastou do gabinete. Agora, ele trabalha para a liderança do PFL no Senado e presta consultoria no gabinete de Jaime.
Em julho do ano passado, durante depoimento ao juiz federal Jefferson Schineider, da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, o empresário Luiz Antônio Vedoin citou o nome de Policena e também do genro da senadora Serys, Paulo Roberto, como supostos interlocutores de negociação de emendas. Vedoin havia observado que, à época, cobrou de Policena "o fato de não estar conseguindo fazer as licitações como havia combinado". O combinado teria sido com o genro da senadora. Vedoin afirmou ter pago R$ 35 mil a Paulo Roberto com a promessa deste articular a apresentação de emendas de Serys com vistas a compra de ambulâncias. Dois meses depois, Roberto e Policena, além de outros assessores da senadora, foram ouvidos pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Negaram qualquer ligação com Vedoin.
A ex-secretária da Planam, Maria Estela da Silva, em depoimento ao Conselho, disse que Policena ligava para o celular pessoal de Darci Vedoin que, junto com o filho Luiz Vedoin, liderava a chamada máfia dos sanguessugas. Policena revelou em seu depoimento que era ele o responsável pela formulação do texto das emendas orçamentárias assinadas por Serys, admitiu conhecer pessoalmente os Vedoin, mas negou que os empresários tenham feito cobranças a ele em relação à execução das emendas da parlamentar. Reconheceu, porém, ter encontrado Luiz Vedoin, filho de Darci, entre o final de 2005 e o início de 2006 nos corredores do Congresso, e que conversou sobre a não-execução das tais emendas.
Por fim, o Conselho mandou arquivar as acusações contra a senadora Serys por falta de provas. Hoje, Serys processa cível e criminalmente os Vedoin pelas denúncias 'infundadas'.
Reação
O senadora Jaime Campos confirmou que Policena é seu consultor e o classifica como uma pessoa que 'entende bem de orçamento'. "Faço parte de várias comissões temáticas e sou relator de uma delas. É importante ter alguém com amplo conhecimento técnico para nos auxiliar", disse o parlamentar, há três meses no cargo.
Jaime observou que João Policena é funcionário efetivo do Senado e que 'apenas está cedido para o gabinete e para a liderança do PFL'. Perguntado sobre o envolvimento do servidor no escândalo dos sanguessugas, o parlamentar mato-grossense esquivou-se: "Não sei disso. Juro por Deus que eu não sabia!".
Comentários