Lula usa posse para rebater críticas à escolha de ministros
"Quando tomei posse, disse que não precisava mudar o ministério. Como o Internacional de Porto Alegre, não precisaria trocar os jogadores, pois tinha acabado de ganhar", disse Lula comparando sua equipe com o atual campeão mundial e da Taça Libertadores.
Para se defender das críticas, Lula também alfinetou as trocas ministeriais promovidas por seus antecessores. "Houve tempo no Brasil que ministros da Fazenda caíam a cada vez que se divulgava a inflação. Caía toda a árvore que compõe o Ministério da Fazenda. Não estamos nessa situação. A situação do país é sólida. Estávamos vivendo um momento das maiores envergaduras da economia brasileira."
Recados
Lula também fez um discurso recheado de recados, como para o PT e bancada ruralista da Câmara. Ele rebateu às críticas do PT à escolha de Walfrido (PTB) para comandar as Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política.
"Depois de conversar com deputados, senadores, a unanimidade é que ele [Walfrido] é o ministro que mais gosta de deputado e senador. Ele gosta tanto que chega a tomar café, almoçar com deputado e se dá ao luxo de jantar com deputado e faz a sobremesa com senador", disse Lula.
Lula também mandou um recado para a bancada ruralista, que criticou a escolha de Stephanes para a Agricultura. "O [Michel] Temer [presidente do PMDB] me trouxe lista com sete nomes. Escolhi o Stephanes por sua carreira política. Já me disseram que ele foi da Arena, do PDS. Não faço política vendo o que fizeram ontem, Faço política vendo o que vão ser amanhã."
Segundo Lula, Stephanes foi elogiado pelo ex-ministro da Agricultura Luiz Guedes. "O Guedes me dizia ontem que a sua passagem [de Stephanes] por todo cargo foi da maior respeitabilidade e competência administrativa. Liguei para o [Roberto] Requião [governador do Paraná], que fez tanto elogio. Eu disse: 'algo tá errado. Poucos brasileiros são merecedores dos elogios de Requião."
Ele também defendeu a escolha de Marta para o Turismo. "Alguém que foi prefeita de São Paulo pode ter qualquer cargo no mundo. Antes da Marta ser eleita, fiz um sobrevôo com ela na periferia de São Paulo. E pensei: só um doido pode querer governar São Paulo. O Brasil tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, os problemas estão mais espalhados, a gente não vê problemas tão juntos como em São Paulo."
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