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Politica Brasil
Sexta - 23 de Março de 2007 às 11:06

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No discurso de posse dos novos ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, do Turismo, Marta Suplicy, e das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, nesta sexta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a reforma ministerial demorou por causa negociação com os partidos da coalizão.

"Quando tomei posse, disse, para estranheza de muita gente, que não precisava mudar ministério, porque tinha acabado de ganhar a eleição. Tinha ganho o jogo, como fez o Internacional, que, depois de ganhar o Mundial de Clubes, não precisava mudar jogadores", afirmou Lula.

No entanto, segundo o presidente, a reforma se tornou necessária devido às articulações em torno da coalizão. "Depois das eleições, estabelecemos uma nova dinâmica para estabelecer a coalizão política, que não fosse apenas o imediatismo para sustentação da governabilidade, o imediatismo para aprovação de projeto de lei de interesse do governo", disse.

O presidente elogiou Marta Suplicy e disse que a petista só não ganhou a disputa para continuar na prefeitura de São Paulo porque foi "vítima de preconceito". "Digo que ela traiu a classe dela porque nunca ninguém fez o que ela fez pelos pobres", disse.

O presidente afirmou ainda que "alguém que foi prefeita de São Paulo, pode ter qualquer cargo no mundo". "Antes da Marta ser eleita, fui com ela conhecer periferia de São Paulo. Disse que só um doido quer governar São Paulo. No Brasil, a gente não vê problemas tão juntos como em São Paulo", disse o presidente Lula.

Lula elogiou a articulação e a boa relação que o novo ministro de Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, tem com o Congresso Nacional. “O Walfrido é o ministro que mais gosta de deputado e senador. Ele gosta tanto que eu vou dizer uma coisa: ele chega a tomar café com deputados, a almoçar com deputados e a jantar com deputados. E, se deixar, ele come sobremesa com senadores”, disse Lula.

Economia

Lula voltou a dizer que o país vive um dos "momentos históricos de maior envergadura" da economia e citou as mudanças que eleveram o Produto Interno Bruto (PIB) e a pesquisa sobre aumento salarial de trabalhadores. Citou o tempo de sindicalista em que ministro do Trabalho não recebia sindicalistas.

O presidente falou ainda sobre a atuação social do governo no primeiro mandato. "Falo sem medo de errar e não vou fazer comparação. Nunca houve na história do pais qualquer situação que chegasse perto do que chegamos a fazer no primeiro mandato. Depois do massacre que sofreram milhões e milhões de almas. É assim que precisamos contruitr país, em que ser humano não precise de outro para tomar decisões."

Reforma ministerial

Até agora, o presidente deu posse a sete ministros. Além dos três desta sexta, já estão no cargo José Antonio Dias Toffoli (Advocacia-Geral da União), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Tarso Genro (Justiça) e José Gomes Temporão (Saúde).

Lula também já anunciou outros três nomes, que devem ser empossados na próxima semana. Alfredo Nascimento reassume o Ministério dos Transportes, enquanto Miguel Jorge será o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Já o jornalista Franklin Martins será o responsável pela área de comunicação social do governo, pasta que terá status de ministério. No novo cargo, o jornalista também terá sob seu controle os contratos de publicidade do governo.

Novos nomes

Lula também deve anunciar Carlos Lupi, presidente do PDT, como ministro da Previdência. Os ministérios da Defesa, do Desenvolvimento Agrário, do Esporte e da Pesca ainda estão com situação indefinida.

Na Defesa, o presidente pode manter Waldir Pires se a crise do setor aéreo for controlada. Lula reluta em fazer mudanças na pasta, já que o ministro vem sendo muito criticado. Um dos nomes cotados para substituir Pires é o de Aldo Rebelo (PC do B-SP).

Sem considerar as secretarias especiais, que têm status de ministério, o PT deve ficar com dez ministérios, entre eles, o de Desenvolvimento Agrário. O PMDB passará a ocupar cinco pastas. PSB, PC do B, PTB, PR, PV, PDT e PP devem ter um ministério cada um.

Conheça o perfil dos ministros que tomaram posse hoje:

Agricultura

Reinhold Stephanes foi ministro da Previdência nos governos Fernando Collor (1990-1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), além de integrante do governo Ernesto Geisel (1974-1979). Surgiu como o mais forte candidato à pasta da Agricultura depois que Odílio Balbinotti (PMDB-PR) desistiu da indicação para o cargo, em meio a denúncias.

A indicação de Stephanes foi criticada por integrantes da bancada ruralista e pelo governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). Para eles, o deputado não tem vínculos com o setor. Eles preferiam um representante do agronegócio, como os peemedebistas Waldir Colato (ES), Waldemir Moka (MS) ou Moacir Micheleto (PR).

Stephanes afirmou que pretende ouvir as opiniões do atual ministro Luiz Carlos Guedes Pinto e de Marcus Vinícius Pratini de Morais, ex-colega de ministério no governo Fernando Henrique, para compor a pasta.

Turismo

Marta Suplicy foi deputada federal e prefeita de São Paulo, entre 2001 e 2004 . Ela assume o Turismo após longa espera pela definição de um cargo junto ao presidente Lula.

A petista foi inicialmente cotada para a pasta das Cidades, responsável por obras de infra-estrutura, com garantia de visibilidade. Depois, passou a ser mencionada como possível titular da Educação. O Turismo surgiu como opção só no final do processo de composição do ministério.

A indicação é uma vitória do PT paulista, que vê em Marta uma potencial candidata à Prefeitura de São Paulo em 2008 ou à presidência da República em 2010, quando Lula deixa o poder sem um "herdeiro" definido no PT.

Relações Institucionais

Walfrido Mares Guia foi ministro do Turismo no primeiro mandato do presidente Lula. Ele foi cotado para o Desenvolvimento e também para permanecer no turismo, antes da decisão final de que assumiria as Relações Institucionais. Mares Guia foi vice-governador em Minas Gerais e deputado federal. Na Câmara, ocupou a primeira vice-presidência.





Fonte: G1

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