Miguel Jorge substitui Furlan
Com isso, fica faltando apenas definir quem vai comandar o Desenvolvimento Agrário - no qual o atual titular, Guilherme Cassel, tem grandes chances de permanecer - e se haverá troca de guarda na Defesa - Waldir Pires pode ser substituído pelo deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Miguel Jorge é vice-presidente do Santander e membro do Conselho Consultivo do Grupo Estado. Ele foi editor-chefe do Estado. Ontem Jorge esteve em Brasília e, em conversa com Lula, foi convidado para assumir a vaga de Luiz Fernando Furlan. O executivo aceitou.
A escolha de Stephanes deve ser confirmada oficialmente na tarde de hoje, quando ele e o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (PMDB-SP), terão encontro com Lula. O chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, telefonou ontem à noite para Temer convocando-o para a audiência em companhia de Stephanes. O telefonema ocorreu 15 minutos depois de o próprio Lula ter antecipado sua escolha a um grupo de senadores do PTB, recebidos no gabinete presidencial junto com Walfrido Mares Guia, petebista que amanhã assume Relações Institucionais.
“O presidente disse que escolheu o Reinhold como ministro. Ele disse que ainda iria conversar com o deputado, mas que ele era o indicado e tinha a chancela do partido”, resumiu o senador Mozarildo Cavalcanti (RR), ao deixar o Planalto. “Somos cinco senadores do PTB, estamos na base e fomos pedir para ter um relacionamento mais direto com o presidente”, completou, ao revelar o motivo da audiência.
Em poucos minutos a notícia chegava ao conhecimento da cúpula do PMDB. Temer passara um dia tenso e sem qualquer contato com o Planalto, administrando pressões de ruralistas e peemedebistas de diversas alas, todos em disputa aberta pelo comando da Agricultura.
A demora do presidente em apontar o nome do novo ministro, que se arrastava há três dias, acabou gerando dúvidas sobre a escolha de Stephanes ontem, embora na véspera sua nomeação fosse dada como certa.
A indefinição não só mobilizou ruralistas de vários partidos, como envolveu o ex-ministro Roberto Rodrigues na briga pelo cargo e ainda pôs em confronto os governadores do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR).
“Essa demora na escolha abre espaço para o jogo de pressão porque a bancada tem vários candidatos e é natural que todos se articulem”, queixou-se o líder Henrique Eduardo Alves (RN). “Não queremos que o presidente Lula sofra pressão, pois ele foi correto com o PMDB.”
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