De olho em 2010, Aécio Neves critica governo Lula
"Se as circunstâncias políticas construírem um consenso com certa naturalidade, certamente tenho que estar preparado", afirmou Aécio, que foi aplaudido pela platéia. E completou: "Mas estou muito mais disposto a ajudar a construir esse consenso em torno de um projeto político para o país do que trabalhar pessoalmente [para a candidatura]."
A declaração do governador foi uma resposta aos empresários sobre sua possível candidatura em 2010. Mais tarde, questionado pela imprensa sobre sua declaração, Aécio amenizou e disse que "ninguém pode ser candidato de si próprio" e que será um "desserviço à nação pensar as eleições de 2010 antes de 2008.
"Eu não tenho projeto pessoal de ser presidente da República. Não acredito em candidatura presidencial fruto da vontade unilateral de quem quer que seja e sem avançar pelo país", disse.
Durante o almoço, o governador fez uma retrospectiva de seus primeiros quatro anos de governo e, ao responder perguntas dos empresários, fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O atraso na formação da equipe de governo, o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e o novo programa para a Educação foram alguns dos alvos de Aécio.
Ao ser questionado sobre qual conselho daria a Lula, Aécio disse que não tem a pretensão de aconselhar um presidente que foi reeleito com uma votação expressiva. Porém, como sugestão, diria ao presidente que "governe para os brasileiros e não para os partidos políticos que formam eventual base de sustentação".
E mandou um recado ao presidente, para que "deixe de lado, neste mandato, os compromissos com os quais ele mostrou ser tão fiel no primeiro mandato com os amigos, com os aliados e com os parceiros para ter um novo compromisso com a história do Brasil", disse.
Sobre o PAC, o governador explicou que não pode ser contra uma proposta que visa o crescimento econômico, mas lamentou o fato de o governo ter deixado de fora os Estados e municípios na discussão dos projetos.
"[O governo] esqueceu de algo essencial: não houve qualquer preocupação em discutir os investimentos dos Estados no PAC. Mas isso ainda pode ser corrigido no Congresso", sugeriu Aécio.
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