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Polícia Brasil
Sábado - 17 de Março de 2007 às 17:28

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O menino de 8 anos que confessou ter assassinado a pauladas e mantido relação sexual com o corpo de um colega de 3 anos disse ao juiz da infância Celso Marra Gomes e ao delegado da cidade, José Casemiro Beltrão, que matou porque o amigo havia jogado sua bola de futebol no mato durante uma brincadeira. O fato teria criado uma desavença, o que o motivou a premeditar o crime.

O corpo de Kauã Damásio Peres, 3 anos, foi encontrado na última quinta-feira em um terreno baldio no município de Novo Progresso, que fica às margens da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), na região oeste do Pará. Durante uma chuva forte, moradores do bairro sentiram o mal cheiro e acionaram a polícia. Os pais do menor já haviam comunicado o desaparecimento dele na delegacia.

Peres estava despido e a cabeça estava distante 2 m do corpo. Segundo informações de moradores da área, parte da cabeça teria sido devorada por cães de rua.

O que mais supreendeu a polícia e o Juizado da Infância do município foi a frieza com que o garoto descreveu o assassinato. Ele informou que atraiu Peres até o matagal, na última quarta-feira. Chegando lá, deu uma paulada na cabeça da criança, o que fez com que ela caísse no chão, provavelmente já morta. Depois matar o menino de 3 anos, o garoto de 8 anos ainda tirou a roupa da criança e a violentou. "O depoimento dele foi chocante, nunca tivemos um caso assim aqui", afirmou o delegado regional de Santarém, Carlos Augusto Mota.

Outro fato que chocou a própria polícia foi a riqueza de detalhes do garoto no depoimento. "Em todas as vezes que era questionado ele não mudou uma palavra da versão, com uma tranqüilidade impressionante", completou o delegado.

Amparado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, o garoto que confessou ter matado o amigo foi encaminhado para o Juizado da Infância, no município de Santarém, que fica a cerca de 800 quilômetros do local do crime. A medida foi tomada para evitar represálias da família do menor assassinado e da população da área, bem como para facilitar o atendimento dele por psicólogos e assistentes sociais, já que Novo Progresso não dispõe de equipe multidisciplinar.

Pelas circunstâncias do crime e a forma como ele descreveu os detalhes do assassinato, nem a polícia nem o Juizado desconfiam da participação de adultos na indução do fato. "A gente se surpreende com a forma como aconteceu porque uma criança dessa idade ainda não tem essa maldade, mas infelizmente tudo indica que foi obra dele mesmo. Mas o Juizado é que deve apurar isso", disse Mota.

O corpo de Peres foi enterrado na última sexta-feira na cidade de Novo Progresso sob protestos da população.





Fonte: O Dia

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