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Politica Brasil
Quinta - 15 de Março de 2007 às 06:50
Por: Rodrigo Vargas

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O superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Leonel Wohlfahrt, assegurou ontem que se mantém no cargo, apesar das pressões políticas e de movimentos sociais. E agora, segundo ele, com o apoio de um de seus principais críticos, o governador Blairo Maggi.

“Tive uma conversa com o governador, expus a situação do órgão e as dificuldades que enfrentamos. Também pude esclarecer alguns pontos que, por falta de informações, poderiam dar a impressão de que o órgão fosse inoperante. Ele compreendeu meus argumentos”, assegurou o superintendente.

No início do mês, em reunião com a bancada federal do Estado, Maggi defendeu abertamente a exoneração de Wohlfahrt. Segundo ele, o órgão precisava de um superintendente com mais agilidade e que agisse em consonância com as políticas estaduais.

“Não tenho nome para o Incra. Eu só não concordo com a permanência no Leonel. Disse isso claramente para o PT em função da baixa resolutividade que tem o Incra. Nós temos vários problemas. Não sei se é só culpa de quem está à frente do órgão ou do nacional, mas a verdade é que nós temos que dar uma sacudida nisso”, avaliou.

A imagem de inoperância, segundo o superintendente, teria sido provocada por fatores como a revisão do sistema de georreferenciamento das propriedades rurais. Segundo ele, são 1,3 mil processos administrativos sob suspeita de irregularidades.

“Havia muitos processos equivocados, para dizer o mínimo. Então tivemos que dar um corte. Estamos revisando tudo o que já foi feito e ainda temos 2,4 mil processos esperando a conclusão. Para quem não tem essa informação, a impressão é a de que estamos parados neste setor”.

Outros números repassados ao governador dizem respeito à capacidade limitada de atendimento à demanda pelo órgão. “Quando assumimos, em 2003, havia mais de 18 mil quilômetros de estradas a fazer. Em quatro anos, fazendo todos os esforços, conseguimos concluir 2,5 mil”.

Em Mato Grosso, segundo o superintendente, 47 mil famílias estão cadastradas e aguardam assentamento. Outras 25 mil famílias compõem a demanda extra-oficial, abrigada em acampamentos como o que se formou à frente no pátio do Incra.

“Temos condição de atender estas pessoas, mas somente se a Justiça nos ajudar. São 3,5 milhões de hectares de terras federais, arrecadadas e matriculadas pelo Incra em Mato Grosso. Terras que hoje estão irregularmente nas mãos de terceiros. Se conseguíssemos retomar estas áreas, seria possível assentar 100 mil famílias”.




Fonte: Diário de Cuiabá

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