PR quer punição de deputado que denunciou assédio
No domingo, 11, em entrevista publicada no Estado, Junqueira acusou o senador Alfredo Nascimento (AM), presidente de honra do PR e provável ministro dos Transportes, de oferecer cargos e vantagens no Departamento Nacional de Infra-estrutura dos Transportes (DNIT) para que ele trocasse de partido.
No assédio supostamente conduzido pelo senador, se Junqueira trocasse o PFL pelo PR, além de obter a liberação de emendas parlamentares ao Orçamento da União, ele teria direito de indicar as empresas a ser contratadas pelo órgão. Nascimento foi procurado várias vezes pela reportagem do Estado, mas não respondeu às ligações.
Na representação, o PR afirma que as acusações do deputado pefelista são inverídicas e suas alegações, sem fundamento - primeiro, porque o DNIT não existiria no Estado de Roraima e, segundo, porque a administração das estradas federais é de competência ao governo local, que é do PSDB.
Plano
Em resposta, Junqueira reafirmou a denúncia e disse que existe um escritório do DNIT em Roraima e há até o plano de criar uma superintendência regional para atender os Estados do Acre, Amapá e Roraima.
O deputado reafirmou que foi procurado por Nascimento e que este lhe teria feito a oferta de espaço político regional, além de cargos e liberações de emendas relacionadas ao órgão. Junqueira disse também não temer a corregedoria e garantiu que existem outros deputados do PFL que receberam propostas semelhantes.
O líder do PFL na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), avisou que não aceitará a intimidação de deputados de seu partido. "Se mexerem conosco, nós vamos mexer com eles também. É voz corrente no Congresso que o PR está oferecendo cargos e vantagens do DNIT para aliciar deputados da oposição", afirmou.
O líder da minoria, Júlio Redecker (PSDB-RS), avalia que por trás dessa proposta de troca de favores, embutida no novo alinhamento partidário da base governista, estariam as sementes de uma segunda versão do mensalão. Para ele, a tentativa de encaminhar as denúncias de Junqueira para a corregedoria é uma completa inversão de valores. "Agora quem denuncia o que estão fazendo de errado é que é culpado", afirmou. "Isso é um absurdo, uma completa inversão de valores."
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