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Politica Brasil
Segunda - 12 de Março de 2007 às 13:07

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Assessor e sobrinho do deputado Aracely de Paula (PR-MG), Emílio de Paula Castilho foi detido pela Polícia Rodoviária Federal próximo a Brasília com R$ 79.752 em espécie.

O dinheiro estava em uma caixa de papelão, embrulhada com papel e lacrada com fita adesiva. O pacote foi encontrado na tarde de sábado por policiais rodoviários dentro de uma mala de roupas no automóvel dirigido por Castilho.

O assessor parlamentar foi detido em razão de uma ultrapassagem ilegal que fez com seu Gol na BR 040, pela qual acabou multado em R$ 152.

Parado pelos policiais, ele teria se mostrado nervoso, o que despertou suspeitas e levou à revista do veículo. Encontrado o dinheiro, Castilho disse que a quantia era fruto da venda de um carro. Depois, aumentou para dois o número de veículos.

Já à Polícia Civil do Distrito Federal o assessor disse que trazia o dinheiro de Belo Horizonte, onde teria vendido três veículos: uma Saveiro (R$ 22 mil), um Gol (R$ 22 mil) e uma camionete S-10 (R$ 23 mil).

Castilho não se lembrou do nome do comprador, um "Ivan de tal", que teria negociado os carros sem sequer tê-los visto por confiar no assessor.

Segundo a versão de Castilho, "o sr. Ivan de tal, após o pagamento, disse que enviará conhecidos para buscar os veículos aqui em Brasília".

O acerto, afirmou o assessor à polícia, foi fechado sem recibo, "só na confiança".

Ainda conforme o depoimento, parte do dinheiro ("R$ 12 mil ou R$ 13 mil, não sabendo ao certo") teria sido levada para a capital mineira para a aquisição de algum automóvel "que surgisse". Ao final de suas declarações aos policiais, Castilho disse "que o dinheiro encontrado em seu poder não pertence ao deputado para quem trabalha".

Castilho não respondeu a recado deixado pela Folha na caixa postal de seu celular. O deputado ingressou em 2003 no PR, o partido que mais cresce na Câmara hoje.

O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que irá aguardar a investigação policial. "Se houver responsabilidade, analisaremos as medidas cabíveis. Temos de ter cuidado, porque a responsabilidade de responder neste momento é de quem foi flagrado com o dinheiro [Castilho]."

O líder do PR, deputado Luciano de Castro (RR), afirmou que soube da apreensão do dinheiro por meio de um telefonema de uma assessora. "Não sei nenhum detalhe. Primeiro vamos ouvir as explicações dele. Depois o partido decidirá se toma alguma providência."

Castro disse achar o fato "estranho", afirmando que o deputado "é sério, tradicional".

Não é crime transportar dinheiro em espécie, desde que o portador comprove a legalidade da quantia. A Polícia Civil aguarda para o início desta semana que Castilho comprove o que disse em depoimento. Se não o fizer, passará a responder a inquérito. A Polícia Civil informará ao Ministério Público e ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre a apreensão.





Fonte: Folha de S.Paulo

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