Maioria dos governadores aprova PAC, mostra pesquisa
As posições mais críticas ao BC partiram justamente da base de sustentação do governo. Dos governadores lulistas, só o petista Jaques Wagner, da Bahia, e o peemedebista Marcelo Miranda, do Tocantins, responderam que a política monetária está “no caminho e no ritmo certos”. Os outros petistas que participaram da pesquisa - Marcelo Déda (Sergipe), Wellington Dias (Piauí) e Ana Júlia Carepa (Pará) - apontaram para a necessidade de aceleração do ritmo da queda da taxa de juros.
O questionário apresentado aos governadores, no início da semana passada, tinha sete perguntas. Dos 27 governadores, só os de São Paulo, José Serra (PSDB); do Paraná, Roberto Requião (PMDB); do Ceará, Cid Gomes (PSB); do Acre, Binho Marques (PT), e do Amapá, Waldez Góes (PDT), não responderam às questões.
Tartaruga
Dois governadores da base aliada - André Puccinelli (PMDB), de Mato Grosso do Sul, e Blairo Maggi (PR), de Mato Grosso - chegaram a se manifestar pedindo uma mudança profunda da política monetária. Ao todo, 17 governadores se disseram insatisfeitos com o BC, num momento em que setores do próprio governo tentam pressionar a diretoria do Banco Central a ser mais ousada.
“O BC pode até estar no caminho certo, mas a passo de tartaruga. Não pode ter medo, precisa ter mais ousadia”, opina o governador de Rondônia, Ivo Cassol (PPS). “Acho que o BC está tendo liberdade demais e segurando a queda da taxa de juros”, afirma o governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT).
Há duas semanas, em audiência pública no Senado, o presidente do BC, Henrique Meirelles, enfrentou tantas críticas do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) que acabou sendo defendido pelo líder do PSDB, Artur Virgílio (AM). O tucano elogiou a cautela da política monetária e brincou que, naquele momento, estava desempenhando o papel de líder do governo.
Cautela
Alguns tucanos e pefelistas se posicionaram com cautela em relação à economia. Aécio Neves (PSDB), de Minas, Yeda Crusius (PSDB), do Rio Grande do Sul, e José Roberto Arruda (PFL), do Distrito Federal, estão entre os cinco governadores a opinar que o BC está no caminho e no ritmo certos. “Acho que o BC poderia ser um pouco mais ousado, mas está no caminho certo. A política monetária não está errada”, avaliou Aécio.
“Para que o PAC se transforme em causa nacional, é preciso que Estados e municípios tenham maior liberdade nos compromissos com a União”, sugeriu o pedetista Jackson Lago, que defende abertamente a redução do superávit primário. “Já passamos por um longo período de superávit excessivo.
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