Planalto pode incluir no PAC revitalização do Rio Taquari

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai analisar a proposta de incluir no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) previsão de recursos para recuperar e revitalizar o Rio Taquari, afluente do Rio Paraguai e um dos mais importantes contribuintes da Bacia Hidrográfica do Pantanal. A sugestão foi encaminhada pela Câmara dos Deputados, por solicitação do deputado federal Vander Loubet (PT-MS), que também se empenha pessoalmente junto aos ministros da área econômica para conseguir o objetivo.

Segundo Vander Loubet, o PAC é um mecanismo fechado e nele não prosperam ações como, por exemplo, a apresentação de emendas. A saída - para o parlamentar - é tentar viabilizar as reivindicações por meio da negociação e do entendimento junto aos ministérios. "Na questão do Taquari o nosso Estado vem acumulando as mais diversas demandas e intervenções, sem consequências práticas. Mas é preciso insistir, brigar, até sensibilizar o governo federal sobre a importância estratégica não só do Taquari, mas de toda bacia pantaneira", argumenta Vander.

ALERTA - Na indicação ao ministro, Vander cita que por causa de agressões como o mau uso do solo e o desmatamento, causado sobretudo por atividades econômicas inadequadas, acentuaram-se os processos erosivos e de assoreamento. "Em vista disso, alterou-se o regime de vazão do rio no baixo Taquari, numa área de 11.000 km2, que passou a transbordar. Além da perda de navegabilidade, a mudança no padrão das inundações provou o alagamento de antigas áreas secas. Outro grave problema é o uso indiscriminado de pesticidas. Recentemente, constatou-se a presença de alguns princípios ativos nos sedimentos do rio Taquari, o que representa risco de contaminação de toda a bacia do Pantanal", alertou o parlamentar petista.

Vander está confiante nos entendimentos com os ministros. Foi assim, por exemplo, que ele conseguiu garantir R$ 40 milhões do Ministério dos Transportes para investimentos Por meio de entendimentose entendimento, esse processo alterou drasticamente a pecuária bovina de corte, principal atividade econômica da região, bem como a flora e a fauna do Pantanal. A inundação das áreas secas inviabiliza a pastagem extensiva, tradicional na região. O cerrado está sendo substituído por vegetação de campos alagados.

Há, também, evidência de redução dos estoques pesqueiros de algumas espécies comerciais. A erosão causa danos ainda às estradas e ferrovias da região, dificultando o transporte de grãos e de animais. Por tais motivos entendemos ser pertinente e cabível a indicação, para os efeitos de inclusão no PAC de recursos suficientes para revitalizar o rio Taquari.

MAIS RECURSOS - Vander confirmou também que o governo federal autorizou ontem para Mato Grosso do Sul a liberação de R$ 190 milhões para investimentos em infraestrutura urbana em Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã e investimentos na melhoria do corredor de navegação do Rio Paraguai entre a Foz do Apa, em Porto Murtinho, e Cáceres (MT). Para essa operação está aprovada uma dotação de R$ 40 milhões, destinada a obras e serviços de correção de curvas, dragagem e sinalização fluvial em pontos críticos. Para assegurar a liberação desses recursos, Vander conta que houve uma longa e intensa negociação com os ministros da casa Civil (Dilma Roussef), Planejamento (Paulo Bernardo) e Fazenda (Guido Mantega). Um dos argumentos decisivos foi a não-inclusão do Estado no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).