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Lula vai elogiar aliança real proposta na visita de Bush
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai aproveitar seu discurso, no encontro com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para destacar que o tema etanol propiciou que, pela primeira vez, um chefe de Estado norte-americano chegasse ao Brasil propondo “uma aliança real”, “uma verdadeira parceria” entre os dois países. Lula vai destacar ainda que Brasil e Estados Unidos têm o que construir juntos.
Por outro lado, a visita de Bush deverá levar Lula a posição de destaque nos conflitos entre os Estados Unidos e a Venezuela do presidente Hugo Chávez. Bush desembarca na noite de hoje em São Paulo na condição de líder que tenta romper seu isolamento no plano internacional e conter a expansão da revolução bolivariana de Chávez por meio de acenos de “generosidade” à América Latina - região que vinha relegando nos últimos seis anos.
A Casa Branca soube valer-se da assinatura de um acordo bilateral de cooperação na área de biocombustíveis e dos investimentos que seguirão ao Brasil como moeda de troca nas suas pretensões na América Latina.Este terceiro encontro formal entre Bush e Lula será marcado, portanto, por uma pragmática barganha.
O Palácio do Planalto alimenta a expectativa de ver as corporações americanas despejarem bilhões de dólares em investimentos na tecnologia e na produção de etanol de celulose no Brasil, nos próximos anos, bem como em obras de infra-estrutura e do setor energético listadas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Também se aproveita da passagem de Bush para refutar a existência de um viés antiamericano no governo Lula e para lançar uma nova fase de relações “renovadas” e “íntimas” entre Brasil e Estados Unidos, como defendeu o chanceler Celso Amorim.
Assessores do presidente Lula indicaram ontem que essas chances não serão perdidas. Mas ressaltaram que não há interesse nenhum de ver a Venezuela incluída na conversa entre Lula e Bush, amanhã. A inclusão desse tema, completaram, seria constrangedora para o Brasil e limitaria a capacidade de o País atuar como força estabilizadora da América do Sul. Até o momento, a receita de Lula para tourear Chávez envolvia paciência, sugestões cautelosas e raras broncas. Mesmo que essa fórmula seja preservada, dificilmente Chávez verá Lula da mesma forma depois da passagem de Bush pelo Brasil e a visita do presidente brasileiro a Camp David, em 31 de março.
De Ocasião
O documento que Lula e Bush assinam amanhã abrirá formalmente o leque jurídico para a parceria no desenvolvimento da tecnologia do etanol de celulose e para a ação conjunta em potenciais mercados produtores na América Latina. O estágio embrionário dessa parceria, entretanto, vai requerer de Lula e sua delegação certa cautela ao tratar da necessária abertura do mercado americano de etanol, para evitar o aborto do projeto por Washington. Hoje, o galão (equivalente a 3,785 litros) importado do Brasil é taxado em US$ 0,54.
A idéia de um acordo de cooperação na área biocombustíveis dormia em uma gaveta de Washington desde 2001, até ser resgata recentemente pela Casa Branca para a oportuna passagem de Bush por São Paulo - a primeira parada de um roteiro que se estenderá pelo Uruguai, Colômbia, Guatemala e México. A proposta não só agrada ao governo Lula, mas responde também ao desafio de Bush de reduzir a dependência americana do petróleo e aos clamores do eleitorado americano na área ambiental.
Por outro lado, a visita de Bush deverá levar Lula a posição de destaque nos conflitos entre os Estados Unidos e a Venezuela do presidente Hugo Chávez. Bush desembarca na noite de hoje em São Paulo na condição de líder que tenta romper seu isolamento no plano internacional e conter a expansão da revolução bolivariana de Chávez por meio de acenos de “generosidade” à América Latina - região que vinha relegando nos últimos seis anos.
A Casa Branca soube valer-se da assinatura de um acordo bilateral de cooperação na área de biocombustíveis e dos investimentos que seguirão ao Brasil como moeda de troca nas suas pretensões na América Latina.Este terceiro encontro formal entre Bush e Lula será marcado, portanto, por uma pragmática barganha.
O Palácio do Planalto alimenta a expectativa de ver as corporações americanas despejarem bilhões de dólares em investimentos na tecnologia e na produção de etanol de celulose no Brasil, nos próximos anos, bem como em obras de infra-estrutura e do setor energético listadas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Também se aproveita da passagem de Bush para refutar a existência de um viés antiamericano no governo Lula e para lançar uma nova fase de relações “renovadas” e “íntimas” entre Brasil e Estados Unidos, como defendeu o chanceler Celso Amorim.
Assessores do presidente Lula indicaram ontem que essas chances não serão perdidas. Mas ressaltaram que não há interesse nenhum de ver a Venezuela incluída na conversa entre Lula e Bush, amanhã. A inclusão desse tema, completaram, seria constrangedora para o Brasil e limitaria a capacidade de o País atuar como força estabilizadora da América do Sul. Até o momento, a receita de Lula para tourear Chávez envolvia paciência, sugestões cautelosas e raras broncas. Mesmo que essa fórmula seja preservada, dificilmente Chávez verá Lula da mesma forma depois da passagem de Bush pelo Brasil e a visita do presidente brasileiro a Camp David, em 31 de março.
De Ocasião
O documento que Lula e Bush assinam amanhã abrirá formalmente o leque jurídico para a parceria no desenvolvimento da tecnologia do etanol de celulose e para a ação conjunta em potenciais mercados produtores na América Latina. O estágio embrionário dessa parceria, entretanto, vai requerer de Lula e sua delegação certa cautela ao tratar da necessária abertura do mercado americano de etanol, para evitar o aborto do projeto por Washington. Hoje, o galão (equivalente a 3,785 litros) importado do Brasil é taxado em US$ 0,54.
A idéia de um acordo de cooperação na área biocombustíveis dormia em uma gaveta de Washington desde 2001, até ser resgata recentemente pela Casa Branca para a oportuna passagem de Bush por São Paulo - a primeira parada de um roteiro que se estenderá pelo Uruguai, Colômbia, Guatemala e México. A proposta não só agrada ao governo Lula, mas responde também ao desafio de Bush de reduzir a dependência americana do petróleo e aos clamores do eleitorado americano na área ambiental.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/238003/visualizar/
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