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Politica Brasil
Quarta - 07 de Março de 2007 às 17:00

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A deputada federal Thelma de Oliveira (PSDB/MT), participou ontem da sessão especial da Câmara em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Thelma é uma das coordenadoras da bancada feminina e relatora de diversos projetos relacionados à defesa da mulher, da infância e da adolescência.

Thelma de Oliveira falou em nome do PSDB e ressaltou a importância da participação da mulher nos avanços alcançados nas lutas sociais pela construção de uma sociedade mais igualitária, justa e fraterna.

Thelma lembrou a tragédia das operárias americanas que há 150 anos morreram carbonizadas numa indústria têxtil de Nova Iorque porque faziam greve reivindicando a redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas diárias e apontou os avanços na luta pela igualdade de gêneros ao longo deste século e meio.

O tema deste ano das comemorações do Dia internacional da Mulher, a participação da mulher na política, mereceu destaque especial no pronunciamento da deputada mato-grossense. “Mais de 50% do eleitorado brasileiro é formado por mulheres, no entando, apenas 8,77% da composição da Câmara dos Deputados é de mulheres, uma distorção que mostra bem o quanto ainda é preciso avançar na luta pela igualdade de gêneros”, disse.

Ela asseverou que a ampliação da participação feminina na vida pública “é fundamental para que avancemos ainda mais no sentido de estabelecer legislação e políticas públicas que assegurem condições de cidadania plena à mulher”.

Veja a íntegra do pronunciamento da deputada Thelma de Oliveira:

PRONUNCIAMENTO DEPUTADA THELMA DE OLIVEIRA (PSDB-MT)

Câmara Federal, 7 de março de 2007

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Senhor presidente, senhores deputados, minhas colegas de parlamento.

A luta das mulheres exerce papel fundamental na construção de sociedades mais igualitárias, justas e fraternas e não se pode dissociar os avanços e as conquistas da sociedade moderna da participação efetiva das mulheres em cada uma dessas lutas.

Ao longo dos últimos 150 anos, desde a trágica greve das operárias nova-iorquinas pela redução da jornada de trabalho, avançamos muito. Conquistamos espaços importantes no mercado de trabalho e direitos específicos que a condição de mulher exige como é o caso a licença maternidade, apenas para citar um dos muitos avanços importantes dessa história de lutas.

Quero ocupar o pouco tempo que disponho nesta tribuna para ressaltar que no Congresso Nacional, na Comissão Especial da Mulher, definimos como pauta da semana da mulher promover a discussão sobre o aumento da participação feminina na política, não apenas como eleitoras, mas principalmente como ocupantes eleitas em todos os cargos.

A conquista do direito ao voto foi uma demonstração admirável do quanto podem e do quanto valem as mulheres. O desempenho dos mandatos, embora ainda em número muito aquém do que a sociedade necessita, só tem revelado que as mulheres, acima da média dos homens, sabem tratar com capacidade, responsabilidade e amor à coisa pública.

Para ampliar a participação da mulher na política é necessário reservar recursos para preparar nossas futuras detentoras de cargos eletivos, seja no âmbito do Legislativo, seja no Executivo em todos os níveis.

Reservar recursos e investir na mulher representa garantir condições iguais de disputa entre as candidaturas femininas e masculinas. Nunca é demais lembrar que nós mulheres somos a maioria do eleitorado, no entanto, dos 513 parlamentares com assento nesta Casa, apenas 46 são mulheres. Quer dizer, somos mais de 50% do eleitorado e menos de 9% dos deputados federais.

A participação da mulher na política é fundamental para que avancemos ainda mais no sentido de estabelecer legislação e políticas públicas que assegurem condições de cidadania plena a mulher.

Os partidos políticos têm papel relevante na formação e preparação de quadros políticos femininos e devem estimular a participação da mulher na militância partidária para que ocupem espaço relevante na vida pública.

Pensar sobre participação política é uma de nossas tarefas quando refletimos sobre a atual situação enfrentada pelas mulheres em nosso país. Política e participação feminina é um tema antigo e persistente em nossa agenda.

Não podemos deixar de enfatizar dados ainda deveras tristes: de acordo com a ONU, 25% das brasileiras são vítimas constantes de violência no lar. Em apenas 2% dos casos, o agressor é punido e, em cerca de 70%, esse agressor é o marido ou companheiro.

Apesar desse cenário, os recursos destinados aos programas de combate à violência contra a mulher ainda são insuficientes para enfrentar a realidade do problema, assim como para as políticas sociais. Não bastassem serem insuficientes, as verbas públicas sofrem ainda com o contingenciamento, fruto da absoluta falta de prioridade de nossos governantes.

Precisamos praticar cada vez mais o respeito à mulher trabalhadora, que ainda ganha salários inferiores aos homens, que não possuem vagas nas creches, saúde e escola de qualidade; precisamos de políticas sociais voltadas para as mulheres, seja na área da saúde, educação, de proteção social, de emprego e renda, para que assim possamos realmente ver seus direitos garantidos.

As mulheres hoje somam 41% da população economicamente ativa, com 30 milhões de mulheres no mercado de trabalho. No setor educacional, a ascensão da mulher revela-se na presença de 57% em estudantes do 2º grau e ensino superior.

Apesar de todos os avanços precisamos ampliar os direitos sociais da mulher brasileira, e transformar a “sociedade de discurso” em “sociedade de práticas”.

Muito Obrigada





Fonte: 24HorasNews

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