Educação Ambiental em Mato Grosso é exemplo para Angola
“Partimos do princípio que sem educação ambiental não podemos fazer nada e que precisamos de um programa nacional. Nossos problemas são vários. A Angola é um país muito vasto, com uma grande floresta ao norte, que pode se dizer ser a segunda Amazônia, que a população está devastando. Temos um deserto se alastrando, problemas com resíduos sólidos. Não estamos alheios ao que se passa no mundo e queremos contribuir com o planeta terra”, ressaltou Joaquina, durante uma reunião com os órgãos federal, estadual e municipal da área do meio ambiente em Mato Grosso.
O vice-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, enfatizou que a questão ambiental é uma das grandes prioridades do governo.
O secretário de Estado do Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan, acrescentou que Mato Grosso tem muito a contribuir, assim como em receber, em gestão ambiental. “Podemos contribuir primeiro porque temos uma política ampla de educação ambiental definida, com diversas ações. E a experiência da transversalidade da educação ambiental no governo é também um grande exemplo”, enfatizou.
A transversalidade citada pelo secretário, onde o governo busca envolver todas as secretarias na questão de educação ambiental, foi inclusive destacada pela representante do Ministério da Educação (MEC) durante o evento, Neusa Barbosa. Ela afirmou que o Programa Integrado de Educação Ambiental do Estado, desenvolvido em parcerias da secretaria de Educação (Seduc) e secretaria de Meio Ambiente, entre outros órgãos, é “interessante e desafiador”. “É uma experiência positiva que está sendo divulgada em outros estados. É um projeto transformador, crítico e participativo”, afirmando ainda que é uma das experiências de êxito que a comitiva angolana irá levar como exemplo.
Representando o Ministério do Meio Ambiente, Heitor Medeiros afirmou que Mato Grosso foi escolhido para a visita da comitiva angolana pela sua importância reconhecida, em nível nacional, no desenvolvimento de atividades na área de educação ambiental.
Heitor Medeiros ainda enfatizou o papel da Sema na articulação da sociedade na Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental (CIEA). “É um trabalho bem sucedido que tem como resultado um programa estadual ambiental. Mato Grosso, sem dúvida alguma, tem algumas experiências extremamente positivas em Educação Ambiental”, finalizou.
Projetos
Entre as experiências apresentadas aos seis participantes da comitiva angolana está o Projeto Integrado de Educação Ambiental. A técnica de gerência educacional da Seduc, Débora Pedrotti enfatizou o foco da formação de professores, alunos e comunidade e o trabalho das múltiplas dimensões do Estado, ou seja, os três biomas: Cerrado, Pantanal e Floresta Amazônica. “Temos vários problemas, mais muitas conquistas”, enfatizou.
O superintendente de Educação Ambiental da Sema, Nestor Costa Júnior fez um breve relato do desenvolvimento da Educação Ambiental no Estado, citando que hoje existe o Programa Mato-grossense de Educação Ambiental (ProMEA). “Nosso objetivo principal, em relação à educação ambiental, é que ela seja de uma forma bastante democrática, a fim de nos envolver e envolver a sociedade”.
E dentro da educação ambiental da Sema há uma série de ações, medidas e tarefas, como a formação de gestores ambientais, produção e difusão da temática ambiental - como nas campanhas da Piracema, queimadas, desmatamento, entre outras.
A coordenadora de Educação Ambiental, Regina Milhomen Balata, ressaltou ainda o objetivo da Sema de ampliar a participação dos 74 grupos de trabalho existentes nos municípios, que são representantes da sociedade e buscam diagnosticar problemas para que sejam buscadas as soluções.
Também participaram da reunião o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, deputado Dilceu Dal’Bosco, representantes do Ibama e do município de Cuiabá.
A comitiva de angola participa hoje à tarde de uma palestra na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e à noite segue para Cáceres. Na quinta-feira, a comitiva visita ainda o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, quando segue para Salvador.
A visita ao Brasil faz parte de um acordo de Cooperação Técnica estabelecido entre os governos de Angola e Brasil, relativo à implantação do projeto “Fortalecimento da Educação Ambiental em Angola”. O objetivo deste acordo é a formação de técnicos angolanos e apoio para a construção do Programa Nacional de Educação Ambiental daquele país.
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