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Tortura psicológica prejudica tanto quanto a física
A manipulação psicológica, a humilhação, a privação sensorial e as posturas forçadas causam tanto dano, estresse e angústias como a tortura física, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista Archives of General Psychiatry".
O estudo, dirigido por Metin Basoglu, da Universidade de Londres, entrevistou 279 sobreviventes de torturas procedentes de Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, Banja Luka, na República Srpska, Rijeka, na Croácia, e Belgrado, na Sérvia, entre 2000 e 2002.
As definições de tortura mais comumente aceitas incluem o sofrimento físico e mental. "Depois de terem sido publicadas informações que davam conta de abusos cometidos por militares dos Estados Unidos em Guantánamo, no Iraque e no Afeganistão, um grupo de trabalho do Departamento de Defesa e outro do Departamento de Justiça argumentaram que a definição de tortura era muito limitada", afirmou o artigo.
Segundo a definição dos Estados Unidos, a tortura "exclui a dor e o sofrimento mental causado por vários atos que não causem grave dor física". Entre os métodos que as autoridades dos Estados Unidos excluíram de sua definição da tortura, estão cobrir o rosto com capuzes, nudez forçada, isolamento e manipulações psicológicas.
Entre os entrevistados por Basoglu e por sua equipe, a média de idade era de 44,4 anos, e 86,4% eram do sexo masculino. Eles responderam a perguntas sobre 54 componentes de estresse relacionados à guerra e 46 diferentes formas de tortura que tinham sofrido. Em média, os participantes informaram 19 elementos estressantes e igual número de tipos de tortura.
Desde a última experiência de tortura dos participantes, haviam passado 96,3 meses em média. Mais de 75% dos sobreviventes tinham sofrido, em algum momento, transtornos de estresse pós-traumático relacionados à tortura, sendo que 55,7% sofriam esses transtornos na época do estudo.
Para comparar diferentes formas de tortura com mais facilidade, os pesquisadores dividiram esses métodos em sete categorias. São eles: tortura sexual, tortura física, manipulações psicológicas - como as ameaças de estupro ou ser testemunha da tortura de outros, tratamento humilhante, que inclui ofensas verbais, exposição a posturas forçadas por períodos longos, música em som alto, duchas de água gelada e a privação de alimento, água e outras necessidades básicas.
"As simulações de execuções, ser testemunha da tortura de pessoas queridas, as ameaças de estupro, o manuseio de genitais e o isolamento apareceram vinculados a, pelo menos, tanta angústia quanto à causada por alguns métodos físicos", afirmaram os autores do estudo.
Os pesquisadores concluíram que as técnicas de "interrogatório agressivo" e os procedimentos de detenção que significam a privação de necessidades básicas, a exposição a condições ambientais adversas e outras manipulações psicológicas não parecem ter conseqüência muito diferentes da tortura física, em termos do sofrimento que causam e dos efeitos a longo prazo.
O estudo, dirigido por Metin Basoglu, da Universidade de Londres, entrevistou 279 sobreviventes de torturas procedentes de Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, Banja Luka, na República Srpska, Rijeka, na Croácia, e Belgrado, na Sérvia, entre 2000 e 2002.
As definições de tortura mais comumente aceitas incluem o sofrimento físico e mental. "Depois de terem sido publicadas informações que davam conta de abusos cometidos por militares dos Estados Unidos em Guantánamo, no Iraque e no Afeganistão, um grupo de trabalho do Departamento de Defesa e outro do Departamento de Justiça argumentaram que a definição de tortura era muito limitada", afirmou o artigo.
Segundo a definição dos Estados Unidos, a tortura "exclui a dor e o sofrimento mental causado por vários atos que não causem grave dor física". Entre os métodos que as autoridades dos Estados Unidos excluíram de sua definição da tortura, estão cobrir o rosto com capuzes, nudez forçada, isolamento e manipulações psicológicas.
Entre os entrevistados por Basoglu e por sua equipe, a média de idade era de 44,4 anos, e 86,4% eram do sexo masculino. Eles responderam a perguntas sobre 54 componentes de estresse relacionados à guerra e 46 diferentes formas de tortura que tinham sofrido. Em média, os participantes informaram 19 elementos estressantes e igual número de tipos de tortura.
Desde a última experiência de tortura dos participantes, haviam passado 96,3 meses em média. Mais de 75% dos sobreviventes tinham sofrido, em algum momento, transtornos de estresse pós-traumático relacionados à tortura, sendo que 55,7% sofriam esses transtornos na época do estudo.
Para comparar diferentes formas de tortura com mais facilidade, os pesquisadores dividiram esses métodos em sete categorias. São eles: tortura sexual, tortura física, manipulações psicológicas - como as ameaças de estupro ou ser testemunha da tortura de outros, tratamento humilhante, que inclui ofensas verbais, exposição a posturas forçadas por períodos longos, música em som alto, duchas de água gelada e a privação de alimento, água e outras necessidades básicas.
"As simulações de execuções, ser testemunha da tortura de pessoas queridas, as ameaças de estupro, o manuseio de genitais e o isolamento apareceram vinculados a, pelo menos, tanta angústia quanto à causada por alguns métodos físicos", afirmaram os autores do estudo.
Os pesquisadores concluíram que as técnicas de "interrogatório agressivo" e os procedimentos de detenção que significam a privação de necessidades básicas, a exposição a condições ambientais adversas e outras manipulações psicológicas não parecem ter conseqüência muito diferentes da tortura física, em termos do sofrimento que causam e dos efeitos a longo prazo.
Fonte:
Agência EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/238495/visualizar/
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