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Meio Ambiente
Sexta - 02 de Março de 2007 às 13:18

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O observatório é formado por um grupo de estruturas com 2,3 mil anos de idade, conhecido como as Treze Torres, localizado no sítio arqueológico de Chankillo, no Peru.

As torres marcam movimentos cíclicos do sol. O estudo foi publicado na revista científica Science.

"Sabe-se que estas torres existem há cerca de um século. Parece extraordinário que ninguém tenha reconhecido (as torres) pelo que elas foram por tanto tempo. Fiquei impressionado quando as vi pela primeira vez - a ordem das torres cobre todo o arco solar", disse Clive Ruggles, professor de arqueoastronomia na Universidade de Leicester, Grã-Bretanha.

Escadas

As Treze Torres de Chankillo se estendem de norte a sul pela ponta de uma colina baixa dentro do sítio arqueológico. As torres são relativamente bem preservadas e cada uma tem um par de escadas suplementares levando ao topo.

As estruturas retangulares, que têm entre 75 e 125 metros quadrados e espaçadas regularmente, formando um horizonte "dentado" com intervalos estreitos e regulares.

A cerca de 230 metros para o leste e o oeste estão o que os cientistas acreditam ser dois pontos de observação. Destes pontos é possível ver os 300 metros pelos quais as torres se espalham pelo horizonte, que correspondem de maneira muito próxima às posições do nascimento e pôr do Sol ao longo do ano.

"Por exemplo, se você ficasse no ponto de observação oeste, veria o Sol nascendo pela manhã, mas o ponto onde iria aparecer ao longo da fila de torres iria depender da época do ano", disse Ruggles.

"Então, no solstício de verão, em dezembro, o sol seria visto à direita da torre que fica na ponta direita; para o solstício de inverno, em junho, o Sol nasceria à esquerda da torre da ponta esquerda."

Isto significa que a antiga civilização poderia ter um calendário regular, disse o professor, registrando o número de dias que leva para o Sol se mover de uma torre a outra.

Cultos

O local onde estão as torres tem cerca de quatro quilômetros quadrados e seria um centro cerimonial que foi ocupado no século 4 A.C..

O sítio arqueológico fica na costa do Peru, na bacia do rio Casma-Sechin e contém muitos prédios e praças, além de um templo fortificado que atraiu muita atenção.

Os autores da pesquisa, entre os quais está o professor Ivan Ghezzi do Instituto Nacional de Cultura do Peru, acreditam que a população realizava um antigo culto ao Sol e o observatório era usado para marcar dias especiais em seu calendário.

"O ponto de observação a oeste, e, até certo ponto, o do leste também, são restritos - não era possível que mais de duas ou três pessoas observassem destes pontos. E todas as provas sugerem que havia um comportamento formal ou cerimonial àquele ponto e que existiam rituais especiais ocorrendo ali", disse o professor Ruggles.

"Isto implica que existia alguém especial - talvez sacerdotes - que assistiam o Sol nascer ou se por, enquanto na praça a multidão festejava e podia ver o Sol nascendo, mas não de uma perspectiva especial."

Registros escritos sugerem que os incas faziam observações solares por volta dos anos 1500 da era cristã, e sua religião era centrada na adoração ao Sol.





Fonte: BBC Brasil

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