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Politica Brasil
Sexta - 02 de Março de 2007 às 09:10

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva jurou que não pensa em mudar a Constituição para garantir um terceiro mandato. “Isso é inexeqüível e a gente não pode brincar com a democracia”, disse em um encontro com jornalistas no Palácio do Planalto. “Quero eleger um companheiro”, declarou o presidente. “Nada é pior para um político que acabar o mandato sem que o seu candidato o queira no palanque.” E brincou: “Quero terminar o governo tão bem que eu possa recusar convites para subir nos palanques.”

Nas últimas semanas, surgiram em setores do PT propostas que poderiam aumentar a permanência de Lula e do partido no poder. Uma delas foi a possibilidade de o presidente convocar plebiscitos sem precisar de aprovação do Congresso, o que abriria espaço para uma eventual consulta popular que autorizasse o presidente a tentar uma segunda reeleição. A segunda seria a adoção do parlamentarismo, o que permitiria a ele continuar no poder como primeiro-ministro. Mas o presidente garante que não vai incluir nenhum artifício continuista na discussão da reforma política. “O Congresso pode discutir o que quiser na reforma. O presidente da República não vai se meter”.

Lula aproveitou a conversa em tom mais descontraído para reconhecer o radicalismo dos primeiros tempos do PT. “Nós chegamos na Constituinte com 16 dos 500 deputados e tínhamos um projeto fechado de Constituição”, lembra. “Se a gente tivesse aprovado aquela Constituição, hoje eu estaria reclamando dela”. Quando um repórter perguntou o que teria acontecido se ele tivesse sido eleito presidente em 1989 no auge do radicalismo, o presidente disse: “Acho que teríamos feito melhor do que o que fizeram (o governo Collor). Mas dou graças a Deus pelos 12 anos (entre a derrota de 1989 e a eleição em 2002). Foram a minha universidade. Cheguei ao poder mais preparado que em 89”.

Ministério

O presidente voltou a dizer que não tem pressa em fazer a reforma ministerial. “Vocês (jornalistas) escrevem todos os dias que algum ministério não está funcionando porque o ministro não sabe se vai ficar”, disse. “Ano passado, durante a campanha, quando eu não sabia se ia continuar, foi que eu mais trabalhei”. Ele se recusa até mesmo a confirmar a permanência de ministros que receberam encargos importantes, como Fernando Haddad, que está finalizando um pacote de medidas na área da educação. “Se algum ministro novo entrar, vai se adequar ao programa do governo e dar continuidade ao que está sendo feito”, afirma.

Apesar do nervosismo dos partidos aliados, que esperam por cargos na reforma ministerial, Lula jura que não está se sentindo pressionado. “Nunca tive uma situação tão favorável para formar um ministério como agora”, diz. “Todos sabem que eu tenho de contemplar os partidos, mas os partidos sabem que podem pedir tudo, mas a última palavra é a do presidente da República”. Por enquanto, Lula continua a avaliar a força de cada um dos aliados

. “Todos os dias leio na imprensa que algum deputado trocou de partido. Preciso esperar isso acabar. Não dá para fazer um acordo com um partido que tem tantos deputados e depois de nomear o ministro ver que o partido ficou com uma bancada menor”.





Fonte: Correio Web

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