Maggi muda postura sobre meio ambiente
“Precisamos trabalhar a verticalização da economia, criar um modelo sustentável, para que possamos ser respeitados lá fora. Não podemos mais ter aquela visão de expansão que tínhamos há quatro anos”, ressaltou o chefe do Executivo mato-grossense em seu discurso durante a posse do novo secretário-chefe da Casa Civil, deputado estadual licenciado João Malheiros.
No ano de 2005, Mato Grosso foi apontado como o maior responsável pela devastação da Amazônia, tendo contribuído com cerca de 48% do desmatamento no Brasil.
De férias a partir do dia 8 de março, o governador afirmou que vai aproveitar o descanso para avaliar a mudança de perfil no modelo econômico do Estado que, segundo ele, é inevitável. “Da forma como está não precisa ficar esperando, porque não vai ter sucesso essa questão da economia de Mato Grosso”, antecipou.
Mesmo sob as críticas dos ambientalistas, Maggi afirmava ser um legalista, ou seja, o Estado poderia desmatar até o limite permitido pela legislação ambiental brasileira. Mais cauteloso, Maggi afirma agora que é necessária uma mudança de postura nesse sentido. “Legislação brasileira na área ambiental é a mais rígida, não é questão de legislação, é de atitude. Aqueles que têm tentado fazer mais do que a lei determina têm que ter consciência de que não pode fazer e aqueles que têm ainda oportunidades de novas aberturas não o façam, mas têm que ser remunerados por isso”, avaliou.
Para o governador, no entanto, é preciso compensar os detentores destas áreas passíveis de abertura. “Hoje Mato Grosso tem 33%, se não me engano, aberto. Nós poderíamos chegar a 50% na média, então teríamos aí um saldo de abertura. Esse saldo não precisa ser aberto desde que quem tem o direito de fazer isso seja remunerado de alguma forma. E quem vai remunerar, a sociedade como um todo, o mundo vai remunerar”, ponderou Maggi.
Essa proposta, segundo o governador, é que ele vai tentar apresentar em um Fórum de Desenvolvimento Sustentável que será realizado em Nova Iorque - EUA, no dia 30 de abril. O congresso será realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Eu estou fazendo gestão para falar nesse Fórum, quero levar a posição do Centro-Oeste, de Mato Grosso, dentro desse Fórum. É preciso criar esses canais, essas possibilidades, não pode simplesmente as pessoas ficar falando não, não. É preciso discutir como é que se pode fazer”, pregou.
Essa consciência ambiental do governador foi despertada pelas comprovações científicas recentes sobre o assunto. “Enquanto só os ambientalistas reclamavam, nós tínhamos o direito de contestar. Mas, depois das comprovações científicas, nós temos que pensar diferente. A responsabilidade nossa muda, principalmente eu, como gestor público, não posso ignorar o que a ciência está dizendo”, avaliou.
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