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Politica Brasil
Sexta - 02 de Março de 2007 às 07:45

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"Estou desempregado, traumatizado e deprimido", diz o ex-deputado José Carlos de Freitas (PFL), ao ser perguntado sobre seu futuro político. Ele conta que vive drama psicológico jamais imaginado, influenciado principalmente por dois fatores: a perda do poder (foi derrotado à reeleição) e consequentemente do foro privilegiado e uma ação penal a qual responde como um dos responsáveis pelo desabamento da arquibancada durante a Feicovag, em 2005. A tragédia deixou 468 feridos. Não houve morte, mas ficaram sequelas. O aposentado Abraão da Costa, por exemplo, teve a perna direita amputada.

Então deputado, Freitas foi o organizador do evento. Por até então possuir foro privilegiado, o processo estava 'dormindo' nas gavetas do Tribunal de Justiça. Como não conseguiu um novo mandato, perdeu esse privilégio. O desembargador-relator Mariano Alonso Travassos já encaminhou os autos para o primeiro grau. Agora, a ação contra o ex-deputado e que envolve ainda como indiciados o seu filho Jackson Kohlhase Martins, o engenheiro civil Ricardo Maldonado Céspedes e Nilmo Aparecido Garcia, passa a tramitar na Comarca de Várzea Grande, que tem a competência jurisdicional, já que a tragédia aconteceu no município. Jackson é proprietário da Industrial Eventos, organizadora da feira. Ricardo foi quem emitiu parecer técnico favorável à realização da Feicovag, mesmo sem fiscalizar a estrutura metálica que cedeu. Nilmo foi quem montou os 11 lances das arquibancadas, que desabaram logo no início do rodeio.

Há um mês sem mandato parlamentar, José Carlos de Freitas, mesmo na condição de empresário, prefere dizer que está desempregado. Em silêncio, vive expectativa de vir a assumir algum cargo público e reclama do que chama de 'detonação' da imprensa. O desgaste político de Freitas é tanto que ele teve 17.462 votos. Ficou na quinta suplência. "Estou desempregado e parado. Vou aguardar o que vai acontecer".

Processo

Perguntado sobre a tragédia da Feicovag, o ex-parlamentar disse, em tom de desabafo: "Estou traumatizado. Moro aqui (em Várzea Grande). Enfreitei o problema da Feicovag e tenho certeza de que não matei ninguém, mas enfrento muita pressão psicológica. Ninguém vai fugir da responsabilidade". Freitas conta que está sendo tratado com bandido. "Tenho a consciência tranquila. Não sou montador de arquibancada. O cara monta a coisa lá e aí é eu quem tem de responder por isso!". Se condenado com base no artigo 256 do Código Penal Brasileiro, que trata de responsabilidade sobre 'desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outros', o ex-deputado pode pegar até seis anos de reclusão.





Fonte: RDNews

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