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Politica Brasil
Quinta - 01 de Março de 2007 às 07:41

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, em Ipojuca (50 km de Recife), que não há solução imediata para a violência no país e que não adianta procurar culpados pelo problema porque "o mal já está feito".

"Jovens vítimas da violência são resultado de décadas de políticas econômicas que não surtiram os efeitos causadores de esperança e expectativa", afirmou Lula, em discurso de improviso durante inauguração de fábrica de resinas PET.

A platéia, formada por convidados, políticos e empresários brasileiros e estrangeiros, acompanhou em silêncio Lula dizer que há muitos culpados pela violência e que o problema "é da sociedade brasileira como um todo, que envolve os 190 milhões de habitantes".

"Esses jovens são vítimas de erros cometidos no passado, e nós temos a responsabilidade de evitar que os futuros adolescentes sejam vítimas dos mesmos erros", declarou Lula.

"Não tem solução imediata. E ninguém pode ficar apenas querendo encontrar o culpado por essa situação", completou. "O mal já está feito."

O discurso do presidente sobre a violência foi provocado pela divulgação, anteontem, de estudo sobre homicídios no país com dados de 2004.

A pesquisa da OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos) revelou que o Brasil é líder mundial em morte de jovens entre 15 e 24 anos por arma de fogo. Mostrou também que 10% dos municípios brasileiros concentram 72% dos 48,3 mil homicídios registrados em 2004.

Após inaugurar a fábrica, Lula voltou a falar de improviso sobre violência durante lançamento de um pólo petroquímico. Em entrevista após as solenidades, o presidente disse que a discussão sobre redução da maioridade penal pelo Congresso "não pode ser feita com conteúdo emocional".

"O Estado brasileiro tem que agir de forma racional", afirmou. "Nesse momento, a gente não pode entrar em desespero e achar que está resolvendo o problema tomando uma medida drástica para punir alguém."

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), participou dos dois eventos, mas preferiu não falar em público sobre os resultados da pesquisa. Em nota, Campos afirmou que reconhece a importância do estudo, mas ressaltou que os números abordam período em que não administrou o Estado. Na próxima semana, o governador lançará um novo plano de segurança pública.





Fonte: Folha Online

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