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Politica Brasil
Quarta - 28 de Fevereiro de 2007 às 08:38
Por: Marcos Lemos

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Aonde não houver a possibilidade de se manter o arco de alianças que elegeu por duas vezes Blairo Maggi para o governo do Estado, a preferência dos candidatos a prefeito em 2008 será do Partido da República (PR). Este é o argumento que o chefe do Executivo está utilizando para convencer os prefeitos a lhe acompanharem na filiação ao PR no próximo dia 05 de março.

"Hoje temos 64 prefeitos confirmados", disse Luiz Antônio Pagot que juntamente com o prefeito de Rosário Oeste, Zeno Gonçalves e com o vereador por Cuiabá, Vicente Vuolo, almoçaram no Palácio Paiaguás com o governador Blairo Maggi para lhe posicionar a respeito de como será a festa de filiação que está sendo planejada para fazer do partido o maior de Mato Grosso.

O núcleo mais próximo do governador insiste que a festa de filiação seja uma demonstração de força partidária e poder político para as eleições de 2008 com repercussão em 2010, quando Maggi pode pleitear uma candidatura nacional, mas deseja também entregar o Estado para um sucessor seu.

Blairo Maggi tem ainda uma preocupação, em ter como principais aliados os prefeitos de municípios produtores agrícolas que se distanciaram no segundo turno das eleições presidenciais quando ele apoiou a reeleição do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Maggi tem diariamente passado boa parte do dia conversando e convencendo os prefeitos a lhe acompanharem.

Hoje estariam certos para se filiar ao PR na mesma festa de ingresso de Blairo Maggi os prefeitos de Rondonópolis (reduto eleitoral do chefe do Poder Executivo), Sapezal, Campo Novo do Parecis, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Mutum, Chapada dos Guimarães entre outros. Outra grande vantagem é a contabilidade dos vereadores, que estariam em torno de 280 membros, uma respeitável força política que poderá resultar em pontos positivos na sucessão municipal do próximo ano, quando o PR deverá estar presente em 141 municípios e ter pelo menos candidatos nas maiores cidades de Mato Grosso.

"Teremos três equipes saindo a partir de agora para instalar diretórios municipais em todos os municípios, pois queremos e vamos ter a maior força política do Estado", disse o secretário de Educação e principal articulador político de Blairo Maggi, Luiz Antônio Pagot .

Mesmo tendo preferência pelos candidatos do PR para Prefeituras Municipais em 2008, até por ser o partido novo e ter nascido da fusão do PL e do Prona, o governador Blairo Maggi sinaliza que haverão coligações e principalmente a construção de entendimentos com os partidos de sustentação (leia-se PFL, PMDB, PP, PPS, PSB entre outros). Fora isto, outro possível acordo que com certeza deverá aflorar é a coligação com o PT, partido do presidente Lula, principalmente em Cuiabá.

Mas nem tudo são flores para o chefe do Poder Executivo e seu grupo político nesta nova empreitada partidária. Perto de ingressar num novo partido, Maggi corre o risco de fazê-lo acompanhado de apenas um deputado estadual, João Malheiros, seu futuro chefe da Casa Civil. Malheiros e outros cinco deputados foram eleitos juntamente com o governador pelo PPS, só que existem dúvidas quanto aos demais lhe acompanharem, por causa de injunções políticas em suas bases eleitorais.

O próprio líder do Governo, Mauro Savi, aliado de primeira ordem do Palácio Paiaguás está de malas prontas para o PSB em busca de espaço que não tem tido na nova sigla. Esta tem sido a tônica dos outros parlamentares eleitos pela coligação, como no caso de Sebastião Rezende, que tem sua base eleitoral em Rondonópolis, a mesma do governador e também de Percival Muniz que permanece como presidente do PPS, mas aliado de Maggi.

"Acho que a governabilidade se tem mantendo e ocupando espaços políticos, independente de sigla", disse Pagot justificando que o deputado Mauro Savi deve ir para o PSB assim como outros que não desejam se filiar ao PR por questões de espaço interno. "Não estar no partido do governador não significa estar na oposição", disse Pagot. Este pensamento, no entanto, não é o mesmo em relação ao presidente do Poder Legislativo, Sérgio Ricardo, assediado nos últimos dias pelo PFL.

Pagot acredita que pelo fato de Sérgio Ricardo estar ocupando a presidência da Assembléia Legislativa, teria que analisar e pensar melhor os passos a serem dados. "Acho que pela própria situação do parlamentar ele deveria pesar bem o passo que ele vai dar", explicou, lembrando que se o mesmo tem interesse em postular uma nova candidatura a Prefeitura de Cuiabá terá o apoio da sigla.

Convite a Murilo - Outra decisão que os novos dirigentes do PR adotaram foi com relação ao prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos, outro membro do PPS que será convidado a ingressar na sigla juntamente com Blairo Maggi. Com uma péssima avaliação popular e uma infinidade de investigações por irregularidades na gestão municipal, o nome de Murilo Domingos vinha sendo descartado pela cúpula do PR. Tanto é que o deputado João Malheiros chegou a formalizar um convite para que o deputado pefelista, Wallace Guimarães ingressasse no PR com a garantia de ser o candidato do partido a sucessão municipal da segunda maior cidade de Mato Grosso. Wallace foi derrotado em 2004 por Murilo Domingos por uma vantagem de 500 votos após assumir a candidatura com pouco mais de 35 dias para as eleições.

Wallace Guimarães que confirmou a cúpula pefelista o convite do PR, recebeu total apoio a sua candidatura e ontem pela manhã teria declinado oficialmente do convite. O deputado nos bastidores confessa não sentir ter no PFL apoio integral a sua candidatura, por isso o convite do PR teria funcionado como salvo conduto a sua candidatura em 2008.

Por outro lado o governador Blairo Maggi não tem mantido as ações para ingressar no novo partido apenas em nível político e numa reunião marcada por ele com entidade de segmentos sociais de Cuiabá e de Mato Grosso no dia de ontem formalizou o convite para todos lhes acompanharem nesta nova empreitada partidária. Estiveram com Maggi representantes de 13 entidades de moradores de bairros, sindicatos e outros setores organizados.

Maggi quer ampliar a força política que detinha no PPS para chegar ao PR como líder político de grandeza regional e nacional, já que será o primeiro governador da sigla.





Fonte: Gazeta Digital

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