Sem mandato, Renê mantém gabinete na AL

Aos 82 anos, Renê Barbour, um dos maiores pecuaristas do Centro-Oeste, continuará na Assembléia Legislativa, mesmo sem mandato. Será nomeado consultor político da Mesa Diretora com salário inferior a R$ 4 mil. Antes, como deputado, ganhava R$ 10,5 mil, fora uma série de privilégios. Barbour, que encerrou o quinto mandato parlamentar no último dia 31 de janeiro, se viu obrigado a ceder o gabinete à deputada Chica Nunes (PSDB). Apesar disso, não ficou desalojado. Mudou-se para um dos três gabinetes reservados para os suplentes.

A nova Mesa Diretora, sob Sérgio Ricardo, decidiu que Barbour terá praticamente as mesmas prerrogativas dos deputados. Nos dias de sessão, por exemplo, ele poderá ficar dentro do plenário, como se o legislativo mato-grossense tivesse 25 cadeiras de deputado. Além de ter um gabinete, Barbour ainda conta com auxílio do assessor parlamentar Luiz Carlos Fonseca Lage, recém-nomeado em substituição a Marcos Antônio dos Anjos. Tudo é pago com dinheiro público.

O fazendeiro gosta tanto da Assembléia que só permanece em sua residência, em Barra do Bugres, de sexta a segunda. Os demais dias da semana geralmente reserva para o Legislativo. Leva essa rotina como espécie de terapia. Mesmo sem mandato, os parlamentares tratam-no como se fosse deputado.

Renê Barbour é um dos desbravadores do Médio-Norte. Possui hoje cerca de 250 mil cabeças de gado. É um dos proprietários da usina de biodisel da Barralcool, em Barra do Bugres. Possui fazendas em vários municípios, como Denise, Arenápolis, Tangará da Serra, Porto Estrela e São José do Rio Claro. Uma delas, de 101 mil hectares, começa em Porto Estrela e acompanha o percurso do rio Paraguai até São José do Rio Claro.