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Politica Brasil
Quarta - 21 de Fevereiro de 2007 às 14:59

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Criado para garantir a sobrevivência de membros dos antigos Partido Liberal (PL) e Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona) à cláusula de barreira, o Partido da República (PR) promete tornar-se a grande vedete da nova legislatura: atraiu oito novos deputados, um governador, conquistou lugar na Mesa Diretora da Câmara, obteve a presidência de uma comissão e o Ministério dos Transportes.

A cláusula foi criada em 1995, mas a implantação estava prevista para as eleições de 2006. Dos 29 partidos, apenas sete tinham ultrapassado a cláusula. Com isso, por exemplo, os pequenos partidos perderiam parte dos recursos do fundo partidário a que tinham direito. Para diminuir os prejuízos, ocorreram diversas fusões. Com a rejeição da cláusula pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e até que o Congresso edite uma nova lei, ficaram válidas as regras antigas. No entanto, o PL manteve a fusão com o Prona.

A meta principal da fusão, no entanto, deixou de ser apenas a sobrevivência. Com apenas cinco meses de existência, a sigla já ambiciona desbancar o PP e chegar ao posto de terceira maior bancada da base do governo. “É um partido novo, sem os vícios dos partidos antigos”, define o deputado Inocêncio Oliveira (PE), 2º vice-presidente da Câmara.

Apesar do discurso de renovação, o PR parece apenas repetir o papel do PL na última legislatura. No primeiro mandato do presidente Lula, os liberais constituíram a base de apoio ao governo e formaram a terceira bancada que mais recebeu novos integrantes ao longo dos últimos quatro anos: 42 parlamentares no total, atrás apenas do PMDB (53) e do PTB (47).

O PR segue o mesmo caminho. Começou com 27 deputados federais e já possui 33. Da antiga sigla liberal, herdou 23 deputados federais, eleitos, 35 deputados estaduais, a sede do diretório nacional, um site - que ainda, em algumas partes, mostra logomarcas do antigo partido e o deputado Valdemar Costa Neto como presidente – e o próprio programa do PL, adotado pela nova sigla republicana na íntegra.

No texto do programa, as únicas mudanças se referem a alguns termos e à substituição de “Partido Liberal” para “Partido da República”.

Alfredo Nascimento, presidente de honra do PR, pode ocupar algum ministério de Lula.

“Na verdade, os programas dos partidos são muito parecidos. Eles divergem muito pouco”, disse o presidente de honra do partido, Alfredo Nascimento, em entrevista no dia 4 de fevereiro, antes que o site do PR divulgasse o documento. Na entrevista, ele disse que a sigla ainda iria elaborar e discutir um programa.

Inicialmente, PSC e PT do B cogitavam se fundir ao PR. No entanto, as duas siglas decidiram voltar atrás quando o STF derrubou a cláusula de barreira.

Segundo Nascimento, na fusão, não houve considerações de cunho ideológico “de ninguém, de nenhum partido”. “Houve um entendimento de cunho... bom, o interesse de cada um dos partidos para que aquele objetivo de se alcançar a cláusula de barreira fosse alcançado. E a seguir, se iria discutir ideologicamente a linha desses novos partidos que formariam a fusão”, contou.

Apoios Além dele, o PR tem entre seus membros o próprio vice-presidente da República, José Alencar. No quadro de filiações mais recentes, está o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, que contrariou o PPS no segundo turno da campanha presidencial declarando apoio à reeleição do presidente.

O presidente do PR trabalha para atrair o ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara (PSDB), que poderá levar com ele cinco parlamentares tucanos e presidir o partido no estado. Nos próximos dias, segundo Nascimento, irão se filiar parlamentares da Bahia, Rondônia, Piauí, Minas Gerais e Maranhão.

Outros apoios de peso estão sendo costurados. Maggi convidou o governador de Rondônia, Ivo Cassol (PPS). Do antigo partido, o governador de Mato Grosso levou consigo um parlamentar do estado e tenta agora levar outro.

Maggi conta ter escolhido o PR por ser um partido menor no estado, o que fa cilitaria a mudança de seu grupo, e pela sigla fazer parte da base do governo.

“No meu antigo partido, nunca consegui, nos quatro anos anteriores, ter uma base de sustentação em Brasília. Então, ao procurar um novo partido, a gente amarrou um compromisso político nesse sentido, de dar ao estado e ao governador um respaldo político em Brasília não só nas reivindicações, mas na defesa das matérias que interessam MT no Congresso”, contou.

A proximidade com o Planalto também é um dos pontos que o governador de Rondônia tem considerado para decidir se migrará para o PR.

“Qual o governador, hoje, principalmente de um estado ainda em desenvolvimento e que tanto precisa da União para crescer, se colocaria como oposição ao governo federal? Tenho analisado muito a questão sob este prisma, antes de tomar uma decisão final”, disse.





Fonte: Midia News

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